Katherine 002

603 Words
Depois do refeitório, me jogo em cima da cama, porque sinceramente não aguentava mais estar aqui. E hoje é só o 2° dia. Será possível eu viver tão entediada assim nesse colégio? Por que nada de legal acontece? Cristal invade o quarto, batendo a porta na parede, e arregala os olhos sorrindo. — Ai, Cristal, quê que foi? -— Digo, me sentando na cama. Ela dá pulinhos de alegria, e eu dou risada.  — As oficinas já foram abertas, você vai entrar em alguma? Oficinas eram grupos de atividades que a escola oferecia aos alunos, todo ano eu participava. Às vezes eu era líder de torcida, mas isso era quando eu tinha anorexia e bulimia, depois eu parti pra o grupo de exatas, e agora no terceiro ano, eu não faço a mínima ideia do que fazer. — Ah — Aliviei os ombros - eu não sei se quero entrar... — Admiti.  — VOCÊ NÃO SABE? — Ela grita, espantada — A gente esperou os três anos da nossa vida pra que esse ano a gente pudesse entrar e sermos as maiorais. — Cris, para de sonhar com isso, beleza? Eu vou pensar em alguma coisa. — Que mané pensar o que, Rine! Eu já pensei em uma oficina pra gente entrar!! — Eu ergo uma sobrancelha e ela volta a falar — A oficina do Thomaz Maison. Eu reviro os olhos. — Cê tá de brincadeira né? Só pode! Eu nunca na minha vida, vou entrar na mesma oficina que o do Thomaz, muito menos quando ele é fundador. — Ah, é, esqueci que você o odeia... Mas eu queria tanto — Ela implora de mãos juntas. — Vai então, ué - balanço os ombros, como se não ligasse. — Faz o que quiser. — Não, né Rine! É que essa é a única oficina que oferece 10 pontos! 10! Eu nem acredito nisso. Se a gente entrar, Rine, a gente já tem média 10! Cristal era super detalhista com nota, mas ela entrara nas mesmas oficinas que eu. Ela era bolsista, e sempre que podia ganhar uma nota aqui ou ali, ela ia em frente. — Eu posso pensar pelo menos? — Eu questiono, e ela me abraça feliz. — PODE! CLARO QUE PODE! As oficinas eram organizadas na área onde ficava a piscina, e a diretora Benson nos dava uma lista para se inscrever. Lá estava Thomaz segurando seu cartaz, aqueles olhos azuis semicerrados, e sobrancelha erguida como se fosse obvio que muitos o escolheriam. Mas só haviam 7 vagas (e uma era do Thomaz). Para milhares de pessoas no colégio. Cristal põe nosso nome, e eu vejo a troca de olhares entre ela e o Jake Boris, o ex jogador de futebol da escola. — Ei pessoal! — Thomaz chama, como se quisesse nos avisar algo, e todos olham — Vamos ter um pequeno teste para vocês, já que só temos 6 vagas abertas, e 15 pessoas do terceiro ano se inscreveram. Eu reviro os olhos, mas infelizmente ele não percebe.  —  Vai ser no meu dormitório e do Kayo. A gente diz o que vocês vão fazer, às 20hrs. Ah, e, vão o mais sexy que puderem — Ele morde o canto da boca. — É essencial! Eu me viro pra Cristal, e franzo a testa. — Você vai fazer eu passar por essa vergonha alheia? Sério? — Você é linda, e tem um corpo maravilhoso, deixa de besteira! A gente vai passar, você vai ver. Ela sorriu, mas eu já estava cansada de sorrir também. Vejo Thomaz vindo em minha direção, e olhando pra mim, eu desvio o olhar, e ele abraça a Sophie Janete, pulando na piscina. Que pouca vergonha!
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