capítulo 80

1549 Words

📓 Narrado pelo Delegado Roberto Monteiro Albuquerque O corredor da delegacia parecia mais comprido do que nunca. As luzes piscavam, o ar-condicionado fazia um zumbido irritante e cada passo meu soava como martelo no asfalto. Ninguém me olhava direto os agentes, os peritos, todo mundo fingia ocupar as mãos, os olhos, qualquer coisa pra não cruzar comigo. O cheiro de café velho e papel molhado tomou conta quando entrei na minha sala. Fechei a porta com força. Tranquei. Não queria ninguém. Larguei o paletó na cadeira, joguei o distintivo na mesa, e fiquei parado olhando pro nada. O rosto dela ainda me encarava dentro da cabeça. A trança, o sorriso de deboche, a calma. E por trás daquilo tudo… o vazio do apartamento da minha filha. — Por quê, p***a… — murmurei, a voz quase sem som

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