📓 Narrado por Lobo A fumaça do cigarro subia torta no ar, e o silêncio entre eu e o moleque era denso demais pra quebrar com palavra à toa. Mas tinha coisa que ele precisava ouvir, mesmo que doesse. — A Dina vai levar ela. — falei, seco. — A menina vai ficar na casa dela por uns dias. Beto levantou o rosto, confuso. — A Lara? Assenti. — É. Ela tá livre dentro do morro agora. Mas com limite. Até segunda ordem, ninguém toca nela, ninguém segue, ninguém fala merda. — Dei um trago fundo. — E o delegado… vai subir. O moleque arregalou os olhos. — Subir? Como assim, chefe? — Vai conversar com a filha. — respondi, simples, sem floreio. Ele explodiu. — c*****o, Lobo! Você e o delegado… trabalhando junto?! Olhei pra ele por cima do ombro, o cigarro preso entre os dedos, o olhar firme. — O

