📓 Narrado por Lobo Fiquei parado um tempo, olhando pro nada. A fumaça do cigarro subindo torta, o som do morro batendo como tambor longe, mas constante. A Dina tinha o dom de largar uma bomba e sair andando como se nada fosse. E eu… eu ficava ali, tentando fingir que aquilo não tinha me atingido. Mas atingiu. Porque toda vez que eu pensava na menina, alguma coisa dentro de mim perdia a lógica. E homem que comanda o morro não pode perder a lógica. Nem por mulher. Muito menos por refém. Apaguei o cigarro na parede, joguei a bituca no chão e comecei a subir o beco. Os moleques me cumprimentavam de longe uns com respeito, outros com medo. O ar tava pesado, cheiro de diesel, suor e chuva antiga. Lá em cima, o sol batia de lado nas lajes e a casa da Dina parecia mais viva do que de

