Narrado por Dina O mundo ficou vermelho por um instante, sangue latejando na minha boca. Senti o peso dele me prensar contra o cimento, ombro esmagando meu peito, braço torcido no limite. Doeu, claro que doeu. Mas não gemi. Engoli a dor como engulo saliva: rápido, sem deixar transparecer fraqueza. Quando ele sussurrou no meu ouvido “sem piedade”, eu entendi: o jogo tinha acabado. Ainda tentei resistir, chutei o chão, forcei o braço, mas o Lobo não solta quando decide segurar. Ele é o predador, e eu sou muralha e muralha resiste, mas até muralha racha. No fim, quem saiu por cima foi ele. Sempre é ele. O círculo explodiu em grito, palma, zoeira. Beto berrava do caixote, rindo como louco: — BATISMO DO c*****o! O LOBO ENGOLIU A MURALHA! Eu só cuspi sangue no chão e encarei de volta, fir

