📓 Narrado por Lobo A casa tava muda quando a gente entrou. Só o barulho das botas batendo no chão molhado e o rangido da porta velha. O Beto se jogou no sofá, o cigarro pendurado na boca, rindo daquele jeito dele meio de alívio, meio de moleque que não sabe a hora de calar. — Eu vou é dormir, chefe. — disse, largando o corpo. — Essa noite parece que durou um mês. — Vai logo antes que eu mude de ideia e te bote pra vigiar o portão. — retruquei, tirando a blusa encharcada. Ele riu, levantando preguiçoso. — Tu fala isso, mas se eu morrer, esse morro fica sem graça. — Se tu morrer, o morro agradece o silêncio. — respondi, seco. Ele subiu pro quarto gargalhando, o som das risadas ecoando pelos degraus. Eu fiquei ali, parado, com o corpo cansado e a cabeça fervendo. Abri a janela. O ve

