📓 Narrado por Lara
Fiquei olhando pro nada, os dedos girando a caneca, o café já frio.
A lembrança veio sem pedir licença o toque dele, o jeito bruto, o gosto de raiva misturado com perigo.
Suspirei baixo.
— O beijo dele… — comecei, sem olhar pra ela. — É diferente do que eu tô acostumada.
Dina arqueou a sobrancelha, e um sorriso debochado nasceu no canto da boca.
— Claro que é, princesa. — soltou, rindo. — Tu tá acostumada com playboy de perfume caro e mão leve.
Revirei os olhos, mas não consegui segurar um meio sorriso.
— Tô falando sério, Dina. — disse, mordendo o lábio. — O beijo dele… sei lá. É como se o cara quisesse me odiar e me engolir ao mesmo tempo.
Ela gargalhou, apoiando o cigarro no cinzeiro. — Ah, pronto. Já tá poetizando o sequestro.
— Cala a boca. — rebati, mas
