capítulo 75

1255 Words

📓 Narrado por Lobo A van subia o morro tossindo fumaça e raiva. A chuva tinha virado garoa grossa, mas o chão ainda cuspia água pelas pedras. A cidade dormia, o inferno, não. O motor gemeu na curva final e o morro da serpente apareceu no alto aceso, vivo, com o mesmo cheiro de pólvora e promessa. Ali ninguém dormia quando eu saía. O morro inteiro esperava o barulho do motor pra saber se ainda tinha rei. Cascão apertou o volante, os olhos cansados, a voz embargada de adrenalina. — E agora, chefe? — perguntou, meio ofegante. — A gente faz o quê com isso tudo? — Encosta no galpão. — respondi. — Leva pro cofre. Ele piscou, confuso. — Pro cofre do morro? Assenti, devagar. — Isso. Amanhã a gente divide. Todo morador vai ter parte. Cascão olhou pra mim, surpreso. — Parte? Tu tá faland

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