capítulo 46

1512 Words

Narrado por Lobo Saímos do serpentário e o morro já respirava normal, mas dava pra sentir: o medo deles tinha ficado impregnado nas paredes. Beto vinha gargalhando, mostrando as fotos, e eu só tragava devagar, cada passo pesado. Descemos até o restaurante da Celina, que ainda tava aberto. O cheiro de óleo e feijão queimado enchia o ar. Sentamos na mesa do canto, aquela perto da janela, de onde dava pra ver a rua sem ser visto. — Primo, na moral… — Beto ria sem parar, girando a caneta e o celular na outra mão. — Eu nunca vi cena igual. O careca parecia que tinha tomado banho de suor! E o Paulo Luiz, então… o desgraçado ia se mijar todo! — gargalhou, batendo a palma na mesa. — Olha aqui, olha a foto! Eu nem olhei. Peguei o cigarro, bati a cinza no prato vazio, e soltei a fumaça lenta. —

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