Narrado por Lobo O corredor do serpentário engolia passo por passo. O eco das botas dos dois PM batia no cimento igual tambor de velório, cada batida denunciando medo. Cascão puxava Klinger pela nuca, Neguinho empurrava Paulo Luiz com a pistola cravada na lombar. Beto vinha atrás, rindo sozinho, caneta girando nos dedos como se fosse maestro do caos. A Sombra ia na frente, serpenteando devagar, o couro n***o roçando no chão. O barulho do arrasto parecia arranhado de prego em caixão. Empurrei a porta de ferro, pesada, rangendo como garganta enferrujada. A umidade bateu no rosto dos dois, misturada com cheiro de terra molhada, sangue seco e ferro de grade. As luzes vermelhas acenderam uma a uma, banhando o galpão com cor de inferno. Vidros altos se iluminaram, revelando sombras enroladas

