Infância - Violet

1294 Words
- Pai, ela está lá de novo... - Daisy, deixa sua irmã em paz, ela é uma criança. - Pai, Violet é uma menina, não pode agir assim, ela me desafia e ao senhor também, esse jeito dela ainda vai colocá-la em perigo. - Tá! Cuide do almoço, vou buscá-la. Irving era um escocês pai de Daisy e Violet, a mãe morreu fazia 5 anos em decorrência de uma doença auto imune, desde que Rose morreu sua filha mais velha se encarregou da criação da irmã, mas não era fácil, Violet tinha 10 anos e só obedecia ao pai, isso as vezes. Toda vez que ficava triste ou com raiva saía para os fundos da propriedade e subia em uma árvore muito alta. - Violet! Desça daí, daqui a pouco vai escurecer. A menina não respondeu, apenas apareceu e desceu alguns galhos, Irving se virou e ela pulou em suas costas, era sempre assim que descia, ela sempre esperava o pai chamar e pulava nas costas dele. - Ah, minha menina, o que te deixou triste? Sei que não sobe lá sem motivo e seus olhinhos dizem que estava chorando. - Sinto falta da minha mãe, Daisy disse que eu não deveria me sentir assim, porque não a conheci direito, que ela sim cuidou de mim, mas Daisy não é minha mãe. Irving a passou para o seu colo e abraçou a filha. - Minha pequena flor, também sinto falta dela, mas isso não é motivo para desrespeitar sua irmã, sei que gritou com ela, Daisy está triste agora, vou falar com ela também, ela não vai mais lhe dizer essas coisas. Irving sabia que não poderia cuidar de Violet sozinho, então privou Daisy de um acordo de casamento, faria um assim que a filha mais nova crescesse um pouco. Ele não tinha filhos homens e era o chefe de uma importante organização, além de um empresário respeitado na Escócia, então o homem que se casasse com sua filha mais velha assumiria o posto de chefe e também os negócios de sua família. Ele era próximo de seu irmão e braço direito, Richard que tinha um filho, chamado Ian de 11 anos, seria o novo chefe caso as filhas não se casassem. Violet e Daisy tinham personalidades e aparência completamente diferentes, Daisy era alegre, obediente e meiga, mesmo adulta era uma moça fácil de se conviver, era ruiva e alta, com uma pele clara, diziam que lembrava o pai, tinha uma diferença de 10 anos para Violet, cuidou da mãe quando adoeceu e agora tenta criar Violet que não é nada fácil, ela é impulsiva e rebelde, calada não parece ter essas características, tem uma expressão doce e um sorriso leve, os cabelos loiros e finos, além dos olhos claros, era a cópia da mãe, mas a personalidade é parecida com a do pai, ela não se lembra muito da mãe e isso pra ela é motivo de tristeza, quando pensa nos momentos de mãe e filha, a imagem de Daisy preenche os espaços. - Senhor Irving o inglês está aqui... - Avisou um soldado por rádio. - Tá, mande ele para o meu escritório. Irving entrou em casa, sempre que recebia visitas de trabalho trancava as filhas no quarto, para que não fossem cobiçadas. Mas sua filha mais velha queria uma família e resolveu usar as armas que tinha. Depois de deixar Violet no quarto seguiu para o escritório, seus olhos se encheram de raiva quando viu Daisy servindo chá e café para os sócios, ela nunca se mostrava, Irving sabia que algo havia mudado. - Boa tarde senhores, Daisy querida, venha aqui para fora um instante. Daisy sorriu para os visitantes e se retirou. Fechou a porta e se colocou de frente para o pai no corredor. - O que quer meu pai?, seu chá já está na xícara também. - O que acha que está fazendo? Me desobedecendo, se mostrando para outros sócios, nunca fiz isso com você, nunca te ensinei tal falta de vergonha. - Pai, Violet já tem 10 anos e eu 20, logo ela não precisará mais de mim, quero ter a minha família, escolha um noivo a seu gosto para mim, minha única exigência é que seja um homem bom, que não maltrate mulheres. Irving passou as mãos no rosto e nos cabelos, refletiu rapidamente sobre o pedido da filha, a escolha era dele, e isso não era um m@l negócio. - Ok... O que achou de Carlos? - Qual deles é Carlos? - O que está sentado do lado direito com camisa preta. Daisy abriu um pouco a porta e olhou para dentro novamente, pode ver dois homens sentados e um em pé, mas lembrava dos rostos quando os serviu. - E o que está em pé, não é adequado? - Ahn? Lucius? Não, ele é apenas um segurança, ele faz a escolta de Carlos. Se não gostou da minha escolha, tudo bem...Não falarei de você. - Pai calma, ok! Tem minha permissão para propor algo a Carlos. Irving entrou e se sentou na cadeira atrás da mesa. - A que devo a honra dessa visita? - Irving viemos falar daquele contrato com o americano, o pagamento não está de acordo com o que foi falado na visita. - Disse Alexsander. - Entendo, farei uma ligação a ele, aprenderá a honrar os compromissos. E as coisas na Inglaterra como vão? - Tudo tranquilo, as empresas estão fazendo sua parte e seguimos com os lucros. - Disse Carlos. - Carlos, sei que estamos nessa relação de negócios faz tempo, mas não temos necessariamente um acordo formal. Carlos engoliu seco, não pretendia se casar e sabia que esse era o tom da conversa de Irving. - Sou um homem de palavra, tenho honrado a minha e você a sua, não vejo porque mudar. - Viu como é bela minha Daisy? Realmente uma flor. - Muito bela sua filha, sim... - Ela me ajudou a criar a irmã, mas talvez seja a hora dela ter a própria família. O que acha? De quebra você ficará com meu lugar, afinal não viverei para sempre. Carlos se sentiu encurralado, não esperava essa proposta, não podia desrespeitar o chefe, mas também não queria se casar. - Irving pensarei em sua proposta, no momento eu não estava pensando em casamento, tenho uma mulher em minha vida, que só não é minha esposa por ser filha de um traidor, mas ainda penso em uma forma de resolver a situação dela. - Gosto de sua sinceridade Carlos, é o que me faz pensar em você para tal acordo. Os homens ainda conversaram um pouco sobre negócios e quando desceram Daisy estava na sala com Violet, se despediram com um olhar apenas e depois que saíram Daisy interrogou o pai. - Então pai? Falou sobre mim? O que ele disse? - Daisy, ele é um homem bom como me pediu, ele tem um relacionamento, mas a moça em questão nunca será sua esposa é filha de um traidor, ou seja, deve ser hoje uma prostituta, ele não descartou a ideia, vamos esperar um pouco e volto a falar com ele. Violet ouviu a conversa, saber que poderia ter que se separar da irmã a preocupou. - Daisy, pretende me abandonar? Daisy e Irving se entre olharam, as duas brigavam feito cão e gato, não pensou que isso preocuparia a menina. - Não Violet, apenas quero ter uma família, você sempre será minha irmã. - Me desculpa, eu não vou mais te desobedecer... - Violet levantou e abraçou Daisy. - Está tudo bem, o rapaz não disse nada, então pode ser que não aconteça. Violet deu um pequeno sorriso. Apesar da rebeldia, a irmã era a única referência de mulher que tinha e não queria perder isso.
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