Cícero Tomé tinha acabado de me deixar na porteira de casa. Arrumei a sela sobre os ombros e segui o longo caminho até o rancho. Ia pensativo. Tinha faculdade, mas não poderia ir por causa da moto quebrada. Assim que piso em casa, meus olhos miram a ruiva parada no meio da sala, olhando tudo com um certo desprezo. Às vezes, acredito que a bondade de alguns é vista como obrigação por outros. Mas eu não poderia deixar uma mulher sozinha, altas horas da noite, exposta a inúmeros perigos. Lembro bem daquela noite. Eu voltava da casa do Pedrinho, que tinha feito um churrasco para comemorar o próprio aniversário. Foi bom demais: cantoria solta, carne assando, cerveja gelada. Toquei muitas modas bonitas, daquelas que tocam o coração. Vi os casais dançando juntinhos, olho no olho, e muitas v

