Adriele Narrando
Tava deitada no peito dele, sentindo o calor do corpo, o cheiro do perfume caro misturado com desodorante forte que grudava no travesseiro. A respiração do Joca está pesada, mas constante, e a mão dele não largava minha cintura nem por decreto. E eu ali, só curtindo aquele momento que, pra ser sincera, eu nem achei que ia ter de novo tão cedo.
— Tô gostando disso aqui, sabia? — soltei baixinho, deslizando o dedo pelo peito dele.
Joca — Disso o quê? — ele pergunta com aquela voz grave, meio sonolento ainda, mas o olhar já tava cravado em mim.
— De tá aqui contigo, assim... só nós dois, sem pressão, sem bagulho nenhum pra pesar o clima. Só o chamego mesmo. Mas já vou logo avisando... se for pra não dar em nada, nem começa. Porque meu coração já tomou porrada demais, e eu
