Cap8

1494 Words
Christoff bateu na porta do apartamento, ele sabia que se abrisse a porta talvez fosse atacado por uma panela ou uma faca, já que tinha se desentendido com Evangeline, demorou alguns segundos e a porta se abriu, uma jovem de cabelo curto preto, levemente encurvada e de com pernas tortas abre a porta -Me desculpe, bati no apartamento errado...- Christoff andou alguns passos depois parou, quando ele se virou olhou para o número do apartamento e a moça começou a rir -Se eu não tivesse visto com meus próprios olhos eu não acreditaria -O que você fez com você? Isso é uma verruga?- ele encosta na verruga falsa em seu nariz -Não encoste na Chris, Christoff- ela arqueou a sobrancelha  -Chris? -Em sua homenagem, ela é feia e atrapalha a vida, entre- ela dá espaço para que ele passe, e ele entra batendo o pé -Achei ultrajante ...- ele tira o casaco -Foi engraçado, seja menos sério- ela tira a peruca e seus cabelos escorrem por suas costas e Christoff encara as ondas escorrendo por suas costas, levemente sincronizados -Você levou a sério a produção, mas quero parabeniza-la, agora só precisa treinar a voz... -Algo parecido com isso?- Evangeline deixou a voz levemente mais grave e colocou um sotaque do interior- Olá, meu nome é Ava, Ava Bailey Becker, tenho 20 anos, sou formada em enfermagem, e passei grande parte da minha vida em Londres... -Bailey? tira isso- ela bufa -Pensa comigo, eu sou parente distante do seu tio, minha mãe - ela faz aspas com as mãos- é prima de segundo grau do seu tio, qual o sentido eu ter apenas Becker se nem sou parente próxima?- Christoff pensou e concordou -Prossiga, Ava, porque veio morar com Hans aqui em Cambridge?- ela se encurva e volta a faz a voz  -Minha mãe veio a falecer faz alguns meses, então como parente mais próximo meu vim aqui, minha vó já idosa mora na cidade ao lado, ficaria fácil ir visita-la -E se perguntarem sobre sua formação? -Eu sou formada mesmo em enfermagem, mas meus tios não sabem disso...eu sai do colégio muito cedo e meu avô não quis perder tempo, eu estudei em casa...e sou boa no que faço- aquela informação deixou Christoff perplexo -Talvez afinal, não seja tão inútil assim...- ele se levanta e encara Evangeline- Me perdoe por meu comportamento..- ele falava com sinceridade- Não gosto quando Hans me trata que nem criança e me submete a situações constrangedoras, eu sei quando ajo errado, e fui demasiadamente severo com a senhorita -Fique tranquilo, não guardei mágoa, eu sei que não deve ser fácil dividir algo que tanto queria -Meu tio falou mais do que devia? -Na verdade não, falou o suficiente, consegui enxergar perfeitamente como ele enxergava você, e como me via também... -E como ele te vê?- ela sorriu e terminou de retirar a maquiagem -Como alguém que ele precisa proteger para pagar uma dívida, talvez com meu avô ou até com a minha mãe, eles eram amigos anos atrás...eu senti muita tristeza em suas palavras quando falava do passado...- ela se senta e encara Christoff -E como...ele me vê?- ela sorriu -Ele só quer que você não cometa os mesmos erros que ele cometeu, Christoff, não seja tão c***l com ele -c***l? me acha c***l? Você não sabe o que eu passei ao lado dele, eu sou grato por ele ter cuidado de mim, fez o melhor que pode, mas é impossível agrada-lo -Christoff ele não é seu pai, é uma responsabilidade muito grande, ele vê o quanto se espelha nele, e não quer que você tenha o mesmo caminho... -Achei que ele queria que eu fosse um detetive melhor que ele...como ele não quer que eu siga o mesmo caminho? -O caminho do orgulho, da arrogância e da solidão....-Christoff se aproxima com o maxilar travado e pronto para destinar todas as suas armas para Evangeline, mas quando ele se aproximou sua expressão doce e calma não mudou, isso fez com que ele mudasse de ideia -Não quero mais brigar, e se vamos trabalhar juntos temos que pelo menos não nos matar, mas por favor, se quer mesmo terminar com isso, não se meta em assuntos que não entende entre eu e meu tio, eu não me meto em seus assuntos e você tenta não defender meu tio por suas tentativas falhas de demonstrar amor...- ele se senta novamente- vamos ensaiar novamente  -Como quiser, Christoff...- ela volta a colocar a peruca, e Christoff sabia que estava errado novamente, mas não queria gritar para dar outro motivo para se desculpar, e ele sabia que estava errado pelo que Evangeline falou, ela entendia melhor Hans do que o próprio e isso o deixou enciumado, Evangeline nunca quis magoa-lo ou trazer sentimentos ruins, na verdade, ela nunca admitiria, mas queria alguém para conversar, ela passou a vida apenas com o avô, tinha seus primos ao redor mas eles a odiavam, ela nunca teve amigos e depois daquelas conversas com Christoff teve uma leve frustração de que não servia para aquilo de fazer amizades, ela por algum motivo sabia que ele também se sentia sozinho, mas manteria restrições, ela só queria pegar o assassino de seu avô e seu pai, pegar a herança e ir embora. -Como era sua mãe?- Christoff quebrou o silêncio, e Evangeline se sentou -Eu não a conheci, ela morreu quando eu nasci...- ele revirou os olhos -De novo, Ava, como era sua mãe?- Ela sorriu sem graça -Desculpe-me....- ela corou levemente e coloca os fios soltos de seu cabelo loiro de baixo da peruca , Christoff achou graça e deu um sorriso despercebido, ela arrumou a postura e respirou- Minha adorada mãezinha, era uma santa, morreu de pneumonia, numa cama, sozinha...ela era tão linda quanto eu...- ela colocou a mão de baixo do queixo e Christoff não segurou a risada -Desculpe-me, desculpe-me...- ele limpa a garganta -Essa era a intenção...- ela tira a peruca novamente e se senta - Conheceu a sua mãe?- Christoff tinha mandado ela não se meter em assuntos pessoais dele fazia pouco minutos, mas ele sentiu algo em seu tom de voz, arqueou a sobrancelha, arrumou a gola de sua camiseta e tocou com a ponta dos dedos as costas de Evangeline que se arrepiou com o toque -Conheci, tenho leves memórias, ela morreu quando eu tinha 6 anos...lembro dela chamando meu nome, e rindo, o cheiro dela era de lavanda...e lembro dela dizendo que eu era como a brisa de ar fresco na vida dela... -Eu queria ter tido mais memórias da minha, ela morreu e eu nasci...não sei se foi troca justa, hoje eu descobri que ela amava o Outono, amava laranja e amarelo, amava o frio do outono, Halloween...Aboboras e provavelmente meu nome teria sido Kiona ou Aurea, curiosamente gostaria de ter me chamado Kiona, ou qualquer nome desde que tivesse escolhido por ela...Você não sabe a sorte que tem....- ela se levantou limpou as lágrimas rapidamente e arrumou   a postura- Gostaria de um chá? -Prefiro algo gelado, se tiver, se beber chá agora não consigo dormir, e ainda tenho muito o que revisar ao chegar em casa, Evangeline posso fazer algumas perguntas sobre seus tios? -Claro, aceita uma limonada?- Christoff concordou -Qual dos seus tios lhe dá mais medo?- Ela parou no meio da pequena cozinha com a limonada na mão e sob o olhar de Christoff foi em sua direção -Todos- ela sorri- Acho que todos teriam um jeito particular de me matar...menos a tia Joceline, acho que ela não me faria m*l, mas mesmo assim seu olhar era tão frio e mortal quanto qualquer outro- ela lhe entrega a limonada- Tio Haron mandaria me matar, sem mais, então obviamente o plano deve ter sido dele, Tia Christine seria aquela que me abraçaria e colocaria veneno na minha taça e me chamaria de querida com um sorriso falso, mesmo aparentando ser inofensivo Tio Charles mesmo parecendo sonso e bobão, ele seria capaz de me matar com suas próprias mãos, ele usa aquela aparência de cobrador de aluguel, com sua careca reluzente devido a calvície precoce, ele não consegue mentir sem que suas sobrancelhas se formem em um U invertido, mas ele consegue ser bem manipulador, Haron tem aquele olhar mau, mas é mais inocente do que Charles, mas todos ali são cruéis...ruins...- ela falou pausadamente- Podemos mudar de assunto? eu estou cansada... -Claro desculpe-me- ele se levanta- é melhor eu ir, amanhã iremos ver se sua atuação de Ava, convencerá seus tios...-ele coloca seu casaco- Quando for eu ou meu tio na porta bateremos duas vezes, pausa e uma vez, sabe usar isso?- ele tira um revolver de sua cintura e ela arregala os olhos -Não...prefiro minhas facas mesmo, obrigada....- ele guarda novamente e ri rapidamente  -é você tem boa mira...quase me matou hoje- ela ri -Não teria tanta sorte....- ele ri -Boa noite senhorita Ava Bailey ... -Boa noite senhor Christoff Becker....- ele sai e ela tranca a porta 
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