Já faz dois dias que Layla estava trancada em seu quarto. Ela até tentou escapar pela janela, mas Rosalie a advertiu severamente para não sair de casa.
Era óbvio que ela estava tentando fazer Scarlet ficar bem aos olhos do pai e falar m*l de Layla para ele.
Essa era a oportunidade perfeita para Rosalie fazer isso, porque o pai de Layla ficaria devastado se ela não fosse visitá-lo, e isso era a última coisa que ela queria que acontecesse.
Então, ela planejou como escapar, independentemente do que Rosalie pudesse dizer.
Ela iria até a casa de Mike e imploraria por uma carona. Mike a ajudaria, pois ele sempre estava ao lado dela e a apoiava o tempo todo.
Layla habilmente pulou pela janela, antes de sair do terreno da casa como um gato furtivo.
Layla chegou à casa de Mike e os seguranças abriram o portão para deixá-la entrar. Eles já sabiam que ela era a namorada de Mike, então ela sempre era bem-vinda.
Mike vinha de uma família rica, então vivia confortavelmente.
Layla entrou na casa entusiasmada, apenas para receber o choque de sua vida.
— Ah, sim, bem aqui, querido, me fode mais forte, Mike, hum, você é tão bom! — a voz erótica de uma mulher ecoou, enquanto os sons de corpos se chocando saudavam Layla.
Layla ficou parada na porta do quarto de seu namorado, sem palavras. Eles namoravam há anos e, mesmo assim, ela não era a mulher que estava com ele, mas outra, que ele estava transando loucamente.
O horror que a envolveu naquele momento era o que ela vinha sentindo nos últimos dias, se não pior.
Ela escapou de casa com uma sensação de euforia em seu corpo, para encontrar seu namorado e também visitar seu pai.
Mesmo que fosse ser punida e ouvir outra bronca de Rosalie, ela não se importava, contanto que pudesse ver seu pai.
Mike era uma das poucas pessoas que lhe mostrava amor e respeito, apesar do que os outros pensavam dela, tudo por causa das más línguas de Rosalie. Ele nunca se importou com esses rumores e sempre ficou ao lado de Layla.
Layla confiava nele com todas as suas forças. Se fosse outra pessoa que dissesse que Mike a traiu, ela nunca acreditaria. Agora, ela estava testemunhando tudo por si mesma, ao vivo e a cores.
Aquela parede de confiança se despedaçou em milhões de pedaços no momento em que ela o pegou com outra mulher. Ele era como todos os outros, afinal de contas. Se não pior, pelo menos os outros nunca esconderam seu desprezo por ela; Mike era o pior de todos.
Nada poderia enganá-la agora, depois do espetáculo horrível que estava presenciando.
Os dois estavam completamente nus, desfrutando do prazer que ofereciam um ao outro. A mulher misteriosa estava de quatro, as mãos agarrando firmemente os lençois, enquanto Mike estava atrás dela, investindo com força, ofegante como um cão.
Layla sentiu vontade de vomitar; a cena era grotesca de assistir.
— Você gosta, né? Me diz, querida, você gosta, né? — Mike grunhiu com uma voz voraz, ainda a possuindo.
— Claro, você é o melhor, me fode mais forte, não para! — a garota implorou, incentivando Mike a agarrar sua cintura e penetrar fundo. — Você é tão bom, Mike, você me faz sentir tão bem. — a garota arfava de forma erótica enquanto seu corpo tentava acompanhar as intermináveis investidas de Mike.
— Droga, eu estou quase lá. — ele grunhiu a cada segundo, se preparando para explodir de prazer.
Enquanto isso, embaixo dele, os gemidos femininos da garota se transformaram em gritos de prazer.
Juntos, eles alcançaram o ápice enquanto a cama balançava como se fosse o fim do mundo.
"Aquela voz", Layla pensou, se referindo à voz da garota. Soava tão familiar, como se já a tivesse ouvido antes.
Layla saiu de seu estado de choque e gritou alto:
— Como você pôde, Mike? Eu confiei em você! — Layla desabou em lágrimas enquanto ele se virava imediatamente para encará-la, com o rosto suado que Layla queria socar naquele momento.
Ela deveria ter visto isso vindo; deveria ter sabido que todos os seres humanos eram iguais, nunca dignos de confiança, nunca leais.
Layla não pôde fazer nada além de chorar. Rosalie estava certa, ela é apenas um erro que nunca deveria ter acontecido. Ela é a filha de uma amante, afinal de contas. Ninguém jamais a escolherá ou amará; ela está destinada ao fracasso.
— Layla, você está aqui? — Mike arfou, tentando recuperar o fôlego, enquanto Layla o encarava em descrença. Ele nem estava arrependido. Ela não conseguia nem decifrar o que ele sentia naquele momento.
— Layla, que surpresa. — a voz da garota soou quando ela se levantou debaixo de Mike, dando a Layla o segundo choque do dia.
— Scarlet... — Layla ficou sem palavras naquele momento. As pessoas podem ser tão enganadoras?
— Hum, hum, oi. — Scarlet acenou para ela, dando um beijo no rosto de Mike.
— Como você pôde? Você dormiu com meu namorado!
— Correção: ex. Ele agora é meu, não seu. — Scarlet corrigiu sem nenhum remorso.
— Odeio todos vocês! — Layla gritou enquanto corria para fora do quarto. Não havia necessidade de ficar ali por mais tempo; ela já tinha visto o suficiente.
Tudo na vida de Layla era um pesadelo, exceto Mike.
Ele era rico, bonito e forte. A maioria das pessoas o considerava um jovem promissor no futuro e que ele era bom demais para Layla, mas ele sempre ficou ao lado dela, ignorando todos os rumores.
Mike era a luz de Layla, então ele merecia tudo dela. Ela decidiu que eles seriam um só em seu aniversário de vinte e dois anos; esse seria o dia em que ela daria sua virgindade a Mike, porque até então sentia que não estava pronta para isso.
Layla não foi para casa imediatamente, pois queria um tempo longe de Rosalie e de seus problemas. Então, ela entrou em um beco escuro e desabou lá, chorando todas as suas lágrimas. Ela não passava de uma abominação, a filha de uma amante.
Logo depois, ela decidiu afogar suas mágoas na bebida. Levantou-se, limpou as lágrimas e entrou no bar mais próximo.
Ela perderia sua última dignidade naquela noite: sua virgindade. Agora ela não se importava mais, estava tudo acabado.
Mike a abandonou por sua irmã.
"Está tudo acabado agora", ela pensou, entrando em um bar cheio de pessoas, com a música tocando alto nas caixas de som. "Eu sei o que fazer", pensou Layla, caminhando até uma mesa próxima, sentando-se e pedindo uma bebida.