MINHA MAIOR DECEPÇÃO.

1514 Words
Ela postou a foto, com a legenda: "A leitura se tornando realidade... nossa, ele é um gostoso." Senti como se meu estômago fosse rasgado por dentro. Meu corpo todo ficou tenso, os olhos ardiam. O ar parecia faltar. Edy ainda falava sobre publicações, mas eu já não escutava nada. Só via a imagem queimando dentro de mim. Marlon com outra. Com ela! Logo ela... - Para o carro. minha voz saiu baixa, quase um sussurro. Edy franziu o cenho. - O quê? - Só para. repeti, firme. Ele puxou para o acostamento, confuso. - Aconteceu alguma coisa? Eu não pensei. Não raciocinei. Só agi. Me inclinei sobre ele e o beijei com força, com raiva, com a fúria que me consumia. Com vingança. Ele demorou um segundo para entender, mas logo segurou minha cintura, retribuindo com intensidade. - Clarisse... murmurou entre o beijo. - O que foi isso? Afastei a boca por um instante, os olhos ardendo de emoção. Os seus estavam tão devotos, a voz tão suave. Tão confortante. Eu só precisava disso... Só disso. - Eu... gostei de você. E antes que ele pudesse questionar, passei para o colo dele, com movimentos ágeis, como se meu corpo tivesse vida própria. Beijei de novo, furiosa, possessa, quase chorando contra sua boca. - Posso mostrar a você o que tem no livro... você quer? Ele me olhou nos olhos, respirando rápido. E acenou que sim. Então eu o devorei. Não pelo amor, mas pela vingança, pelo fogo, pelo vazio que precisava preencher. Suas mãos macias subiram por minha cintura. Abrir os botões da sua camisa com agilidade, abrindo sua camisa. Seu peito tão lisinho, os músculos bem definidos. - gosta do que vê? Olhei pra ele de novo, deslizando minhas mãos sobre seu corpo e o tomei de novo os lábios. Levando suas mãos pra borda do meu vestido o subindo, fazendo deslizar por meu corpo. Até que ele próprio apertou com força me fazendo gemer. - Ah... Inclinei um pouco e ele abriu a calça, tudo era tão rápido, tão excitante, fervoroso. Senti ele entre minhas pernas e centralizei descendo. - Hooun... Seu gemido me entorpeceu. Mordi o lombulo da sua orelha, arranhando sua nuca. Arrancar gemidos dele me fascinava. Meu corpo todo tremeu, ele ia tão fundo... Tão gostoso. Uma sensação absurda de explosão me tomou, agarrei seu corpo sentindo aquela sensação arrebatadora, nunca sentida. Paralisei sentindo. - Nossa... Que linda. Suas mãos tiravam os cabelos do meu rosto. - Fica assim, deixa comigo.. Ele me segurou pela cintura e me fudeu tão profundo que o sentia bater em algo dentro de mim. Mole em seus braços, saciada, só sabia sorri embriagada de prazer... De satisfação. Até ele me afastar, me pondo em suas pernas e ele terminar se masturbando até o seu jorrar sair sobre suas pernas. - hoon... Caramba. Me encostei no volante, sem fôlego, com o peito subindo e descendo. ..... Quando terminou, ele se limpou com um lenço que pegou no porta luvas, me limpando também. Ainda ofegante, senti a mão dele afastando os fios suados da minha testa. O toque foi delicado, quase carinhoso demais. - Eu quero muito ler esse livro. disse ele, sorrindo, como se fosse um segredo só nosso. Sorri de volta, cansada, mas com o coração martelando. E quando ele me beijou de novo, foi diferente: não foi vingança, não foi raiva. Foi devoção. - Eu... Preciso ir pra casa, se chegar tarde meu pai me mata. - Tá... Ele disse com um sorriso, acariciando meus lábios. Voltamos ao caminho em silêncio, até ele parar em frente à minha casa. Antes que eu pudesse sair ele disse: - O livro... eu quero. disse, firme. Abri a mochila, tremendo um pouco, e entreguei. - Só... não deixa ninguém ler. Ele sorriu, pegando o exemplar como quem segura um tesouro. - Isso vai ser só meu. Já ia abrir a porta quando ele segurou minha nuca, me puxando para mais um beijo quente, que me arrancou o ar. - Me dá seu número? pediu, encostando a testa na minha. Olhei para baixo, envergonhada. - Não tenho celular. Ele riu baixo, como quem não acreditava. - Então eu vejo você amanhã. Desci apressada, ainda com os lábios ardendo. "O que eu fiz?", pensei. Minha mãe estava na frente de casa, com aquele sorriso enorme, cheia de expectativas. - Era o professor? perguntou, curiosa, olhando para o carro que se afastava. Meu rosto queimou. Entrei rápido, sem responder, nervosa e envergonhada. - Filha? O que aconteceu? Naquela noite, não consegui comer direito, minha mãe notou, me olhou estranha, me forcei a comer, mas não escapei das palavras dela. Quando estava deitada no meu quarto ela entrou: Filha? Fingir está dormindo, mas ela não desistiu, sentou ao meu lado na cama e disse: - Eu sei que está acordada, preciso falar com você. Suspirei pesado e virei sentando ao lado dela. - Filha... Esse professor... Neguei rápido, não queria falar dele, não queria lembrar dele. - Não temos nada mãe, nada aconteceu. - Porque não? Olhei pra ela confusa. - Filha... Seu pai e.. bom eu, estamos velhos. Você e sua irmã precisam ter seu futuro, é porque não um professor, ele ganha bem, tem um trabalho estável, é inteligente. Neguei olhando pra ela. - Você precisa se firmar com alguém, já está de maior, seu pai e eu não vamos achar r**m se você namorar agora. O seu pai, ele... não pode mais trabalhar tanto, só não foi demitido porque a senhora daquela mansão, gosta dele. E bom.. seu pai, eu consigo levar se você chegar com alguém aqui. Que possa lhe assumir, e nos ajudar. - Mãe.. eu.. e o professor Marlon, não vai acontecer, eu só quero dormir, por favor. Ela só suspirou pesado. - tudo bem filha.. pensa no que eu disse tá.. Ela saiu e me deixou ali incrédula com o que ouvir. .... Naquela noite, quase não dormi. A foto, os beijos, o livro nas mãos de Edy... tudo misturado em um turbilhão. Eu só conseguia pensar em como eu fui idiota... Eu usei ele. Ele... Não merecia. Não mesmo. .... Quando a manhã seguinte chegou, o frio na barriga era insuportável. Eu sabia o que me esperava: o sarau, o Edy... O Marlon. Entrei na van escolar, abraçada aos meus cadernos, e o coração disparado. Não sabia onde enfiar a cara, mas eu precisava fazer alguma coisa. .... Cheguei cedo na sala, o coração ainda latejando com a lembrança da noite anterior. Minha pele parecia queimar só de pensar no que tinha feito... em como tinha me entregado a Edy daquela forma, num impulso desesperado, misturado com raiva, com dor. Eu estava nervosa. Sentia que precisava me desculpar, como se tivesse feito algo errado. Quando ele entrou na sala e se sentou ao meu lado, meu estômago revirou. Tentei disfarçar, mas minha voz saiu num sussurro: - Me desculpa... pelo que aconteceu ontem. Ele me olhou, confuso, mas com um meio sorriso nos lábios. - Geralmente a gente pede desculpa por algo r**m, Clarisse. E aquilo... ele inclinou o rosto, os olhos brilhando. - Aquilo não chega nem perto de ser r**m. Meu rosto queimou. Eu não sabia o que dizer, apenas sorri, envergonhada, mordendo o lábio. Foi então que ele baixou o tom, quase como uma confissão: - Eu li o seu livro. Arregalei os olhos. - Todo? - Todo. Balancei a cabeça, sem acreditar. - É impossível. Você teria que ter passado a noite inteira sem dormir pra isso. Ele encostou o braço na carteira, aproximando-se um pouco mais de mim. - Exato. Eu não consegui dormir pensando em você. Então... o livro foi a forma mais rápida de intensificar os pensamentos. Meu coração disparou. Eu não conseguia respirar direito. - Não é possível que você tenha lido mesmo. Ele sorriu com uma confiança leve, provocadora. - Então me pergunta qualquer coisa. Eu o desafiei, citando um trecho que só alguém que tivesse realmente devorado cada página saberia. E ele continuou, palavra por palavra, descrevendo a cena como se tivesse vivido comigo. Fiquei em choque. - Você leu mesmo... Ele riu baixinho. - Eu poderia passar o dia inteiro falando sobre esse livro. Mas acho que prefiro falar sobre você, se você adentrou a personagem ou se ela é realmente você. Meu peito explodiu em calor. Era como se eu estivesse vivendo um furacão de emoções. Mas o momento foi despedaçado quando a porta da sala se abriu e o Marlon entrou. Seu olhar se fixou direto em nós. O sorriso que ainda estava no meu rosto congelou. - A conversa está boa, Clarisse? ele disse em voz alta, chamando a atenção de todos. Senti o sangue sumir do meu rosto. - Não quer compartilhar com a turma? Ele estava me constrangendo, na ... Frente de todos. - Não... não era nada demais, professor. murmurei, sentindo dezenas de olhos sobre mim. Ele ajeitou os livros sobre a mesa, mas seu olhar não desgrudava de mim. - As aulas são feitas para estudar. Deixa para conversar fora de sala. .....
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