BRUTUS
Mano, o QG tava pegando fogo, e não era só o calor do morro. O galpão tava lotado, o cheiro de maconha e testosterona no ar, os muleque armados até os dentes, conferindo as pistolas e os fuzis como se fosse véspera de guerra.
O Santiago tava no comando, com aquele jeito brabo, a cicatriz na sobrancelha brilhando sob a luz fraca. Ele traçava o plano no canto, apontando pra um mapa improvisado num pedaço de papel: dois grupos, um pra fazer barulho no beco e distrair os vapô do Cauã, outro pra invadir a casa e pegar o Benjamim.
Eu tava do lado, a glock já na cintura, o sangue quente, mas a cabeça dividida. Porque, c*****o, a Betina tava ali, de pé no canto do galpão, com aqueles olhos claros brilhando de determinação, dizendo que ia pro resgate comigo.
— Tu tá louca, gatinha? — fa
