BETINA A noite parecia um sonho febril, um misto de calor, desejo e uma paz que eu não sentia há semanas. Depois de cuidar do Ben, que chorou baixo até adormecer de novo no quarto de hóspedes, eu e o Renan voltamos pro banheiro. Meu corpo ainda tremia do que aconteceu mais cedo, a primeira vez, o jeito que ele me tomou, me invadiu, me fez sentir ele em cada pedaço de mim. A água quente do chuveiro caiu sobre nós, mas dessa vez foi diferente, mais calmo, quase carinhoso. Ele lavou meu cabelo, os dedos fortes massageando meu couro cabeludo, e eu lavei o peito dele, sentindo as tatuagens sob meus dedos, o calor da pele dele misturado com o vapor. Não falamos muito, só trocamos olhares, os olhos dele sombrios como sempre, mas com um brilho que me dizia que eu era dele. Saímos do banheiro, e

