BETINA Logo que cheguei, o Bernardo apareceu com aquele sorriso dele, todo animado. Nos abraçamos como sempre, e ele me girou no ar, rindo alto. É uma coisa comum dele, que me faz sentir leve, como se eu fosse uma criança de novo. Sentamos num banco de madeira, daqueles velhos da praça, com a brisa da noite batendo no rosto e o som de crianças brincando ao fundo. A gente começou a conversar sobre tudo e nada. Ele falou da escola, de um trabalho que tava fazendo, e aí veio com aqueles elogios dele. — Betina, você tá ainda mais linda hoje. Deve ter uma fila de caras na sua porta, né? — Eu ri, balançando a cabeça, porque sei que é o jeito dele de flertar. Na verdade, eu sei que o Bernardo tá afim de mim há um tempo. Não é só paquera boba; ele quer algo sério, quer namorar de verdade, co

