BETINA O peso do fim de tarde ainda me esmagava quando voltei pro quarto de hóspedes com o Benjamim no colo. O moleque, apesar de ter cinco anos, era magrinho e leve, como se fosse menor para a idade. Ele tava exausto, os olhos fechados, a respiração calma contra meu ombro, onde ele tinha babado um pouco enquanto dormia no sofá. Coloquei ele na cama com cuidado, puxando o cobertor até o queixo, os cachinhos escuros espalhados no travesseiro. Meu coração apertou ao olhar pra ele, tão pequeno, tão frágil, mas com aquele jeitinho teimoso que gritava que ele era filho do Renan. Eu sabia, no fundo, que o DNA ia confirmar, mas a Laura, com aquele sorriso debochado, ainda rondava minha cabeça, plantando ciúmes e dúvidas. O Renan ficou lá embaixo, na sala, provavelmente fumando um beck pra a

