April Eu tentei agir com naturalidade, mas por dentro estava tudo em chamas. Matteo estava com aquele olhar desconfiado demais, fazendo perguntas demais… Não podia permitir que ele cavasse mais fundo. Um movimento em falso e tudo poderia desmoronar. Assim que ele saiu do quarto, eu olhei para minha mãe, que estava sentada na beira da cama, e dava para ver no rosto dela que estava se sentindo culpada, os olhos inchados de tanto chorar. Parte de mim queria sentir alguma coisa por ela, mas tudo que restava era frieza. — Mãe… — minha voz saiu doce, falsa — eu estou bem, de verdade. Vai tomar um banho, descansa um pouco. Eu espero você aqui e depois eu mesma vou, tá bom? — falo para ela, que respira. Ela assentiu devagar, cansada, talvez aliviada. Quando entrou no banheiro, dei meia-volta e

