capítulo 06

1292 Words
Matteo Eu a observei de perto, a tensão entre nós era palpável. April estava perto demais, seus olhos fixos nos meus, e sua voz suave, tentando fazer com que eu acreditasse em suas palavras. Mas eu não sou i****a. Não sou cego ao ponto de não perceber o jogo que ela estava tentando jogar. Ela me disse que eu merecia mais, que poderia ter alguém que "entendesse minhas necessidades". Suas palavras eram doces, sedutoras até, mas a verdade estava clara para mim. Eu a vi a noite inteira, manipulando tudo e todos ao seu redor, sempre em busca do poder, do controle. A irmã dela, Hanna, ja é mais simples, mais pura. Hanna e a calmaria no meio do caos, ja April o furacão que vem destruindo tudo e todos ao seu redor. Eu não sou um t**o. E eu não sou um homem fácil de ser manipulado, especialmente por alguém como April. Ela chegou mais perto, o perfume dela invadindo meus sentidos. Mas eu não me deixei enganar. Ela queria que eu cometesse um erro, assim iria poder alegar que eu tirei a sua inocência, E embora a tentação fosse real, eu sabia que, no final, tudo o que ela queria era usar a minha fraqueza para alcançar seus próprios fins. – O que você está sugerindo? – Eu perguntei, mantendo a voz firme, mesmo que no fundo eu soubesse o que ela queria ouvir. Ela se aproximou ainda mais, quase me tocando, como se estivesse me oferecendo um caminho fácil, sem os fardos da responsabilidade, da honra. A esposa perfeita. Mas não havia nada de perfeito ali. Só ganância, egoísmo e uma rivalidade desesperada pela posição que a irmã dela teria em minha vida. Eu olhei nos olhos dela, desafiador. – Você acha que não vejo o que você está tentando fazer, April? – falei, com minha voz baixa, mas carregada de uma frieza que a fez recuar um passo. – Eu já vi esse jogo antes. Você não está me oferecendo nada além de uma ilusão. Um erro no qual eu não vou ceder e acho bom nunca mais se aproximar de mim dessa maneira . Ela parecia surpresa, como se esperasse que eu caísse na armadilha. Eu sabia o que ela queria: poder, controle. Ela queria me afastar de Hanna, para se colocar no meu lugar. Mas ela não tinha noção do que isso realmente significava. Não tinha ideia da responsabilidade que viria com a posição que ela tanto cobiçava. Eu sabia o que April era capaz de fazer para chegar ao topo. E não seria comigo. Não hoje. Não nunca. – Você acha que eu não sei o que se passa na sua cabeça? – continuei, meu tom firme. – Está tentando me fazer acreditar que sou fraco, que vou ceder às suas insinuações . Mas não sou esse tipo de homen, Não sou um homem t**o que se deixa enganar pela ganância de uma mulher que tem inveja da irmã.- eu falo essa ultima parte segurando ela pelo pescoço e ela parece um pouco assustada. Ela se afastou um pouco, sua expressão mostrando um misto de frustração e surpresa. — todos vão zombar de você quando descobrir que o poderoso Don matteo, se casou com a ceguinha, Eu estava tentando te ajudar porque ela não é mulher para você .- me afastei dela sorrindo e pude perceber que a Hanna estava parada perto o suficiente para ter ouvido toda a nossa conversa. O silêncio entre eu, April e Hanna foi ainda mais pesado do que qualquer grito que ela pudesse ter lançado. Ela olhava para onde nós estavamos como se pudesse enxergar aquele momento, não com raiva, mas com uma tristeza tão profunda. — é uma pena que você seja uma pessoa tão amarga ao ponto de ter que destruir a vida dos outros para tentar se sentir melhor.-Hanna diz para April que na mesma hora revira os olhos como se estivesse enojada. — você é tão ridícula que nem se escuta garota, desde que você chegou você acabou com a minha vida, e agora vai acabar com a dele também. Você não percebe que você é um fardo para todos ao seu redor?.- April diz e nesse momento ouvimos a voz da dona Ângela vindo na nossa direção. — o que foi que eu te disse?.- ela diz dando um tapa no rosto de April e eu percebo que agora nesse momento até meus pais já estão aqui na sala.— pode juntar todas as suas coisas porque assim que o dia amanhecer você vai voltar para casa.- April colocou a mão no rosto incrédula como se não tivesse acreditando no que a mãe acabou de fazer. April ficou em silêncio, ainda tocando levemente o rosto, como se tentando absorver a brutalidade da situação. Seus olhos estavam arregalados, e eu pude ver o momento em que a ficha finalmente caiu. Ela não esperava ser tratada daquela forma. Não por mim. Não por ninguém. Dona Ângela não mostrou nenhuma hesitação, nenhum remorso ao fazer o que fez. Ela era firme, uma matriarca que não se deixava abalar facilmente, especialmente por alguém como April. – Agora, April, se você tiver um pingo de dignidade, vai fazer o que eu mandei. – Dona Ângela falou com uma frieza inabalável, sua voz carregada de autoridade. – Não vamos mais tolerar suas manipulações. Você passou de todos os limites. - April olhou para ela, incrédula, e então se virou para mim, como se procurasse uma última chance, uma pitada de compaixão ou um sinal de que ela poderia ainda ter alguma influência sobre mim. Mas eu não a olhei. Minha atenção estava totalmente em Hanna, que estava agora parada ao meu lado, um pouco afastada, mas perto o suficiente. Hanna não disse nada, mas eu podia sentir a tensão em sua postura, o peso de estar testemunhando toda essa cena. Ela parecia mais triste do que zangada. Como se, em algum lugar profundo dentro dela, soubesse que o que April estava fazendo era uma busca desesperada por algo que nem ela mesma entendia. – Hanna sera que podemos conversar ?.- eu pergunto para ela que confirma olhando para mim como se estivesse me enxergando. Peguei em sua mão e saí guiando ela até o lado de fora da casa e paramos no jardim. Tudo isso para mim ainda é novidade, não posso dizer que já aceitei o fato de que vou ter que me casar com uma completa estranha, porém eu não vou ter outra saída. Melhor a se fazer agora é eu me entender com ela, porque amanhã vamos nos casar e depois disso será para sempre. — achei que quisesse conversar.- ela fala olhando para o nada e eu respiro fundo procurando palavras para poder dizer. — olha só, eu sei que a gente começou da forma errada. Nenhum de Nós tivemos controle do nosso destino, porém o que faremos daqui para frente será com nós dois e eu quero que saiba que estou disposto a fazer o que for possível para que a nossa relação funcione. — se tiver fazendo isso por pena, não precisa. Não quero que tenha pena de mim Matteo. - ela disse com a voz firme — não tenho pena de você Hanna, pena eu tenho da sua irmã que achou que fosse conseguir alguma coisa comigo. Eu sei que não nos conhecemos muito ainda, mas para isso dar certo e a nossa relação funcionar, vamos precisar começar a nos entender.- eu falo pra ela que so balança a cabeça confirmando. — sobre essa questão você não precisa se preocupar, fui preparada a minha vida toda para ser uma boa esposa para você.- ela diz e um silêncio se instala entre nós dois.
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