Estava sentado no escritório, como sempre trabalhando, meu escritório era o maior do prédio, aqui somos cerca de 500 advogados, cada um com a sua sala e a minha fica no penúltimo andar, porque a última é um salão ao qual realizamos conferências e alguns eventos da empresa e também há algumas salas aos quais realizamos reuniões.
Eu tinha uma reunião com Nathaniel, ele é o meu braço direito e além de Kaleo seu primo e dos meus amigos, os que conheci na faculdade, esses são mais como irmãos para mim, Nathaniel é um dos poucos em quem confio.
Não sei se foi a profissão que escolhi, para ser sincero eu sei, sou um homem que desconfia até os ossos, deve ser por isso que sou bom no que faço.
Nathaniel, era um dos meus, mas assim como os meus amigos, Theodoro, Leonardo, Anthony, e também o Danillo que parece que voltou a estar com a mulher da sua vida, para eles foi game over!
Porém, Bryan Luttolf, ou seja eu, não sou um homem ao qual cede fácil, eu dominó as emoções e os sentimentos, por isso, me apaixonar está fora de questão...
Nathaniel recebeu a sua esposa aqui, eles tem a história bem diferente e diria que podia ser facilmente colocada em um romance clichê.
Observando o sorriso em um dos homens que pensava ser tão sério quanto eu, era algo novo para mim, porém desde de que a Rosângela apareceu na vida dele, ele jogou aos ares as suas convicções.
Observei a sua felicidade e como ficou feliz em saber que a sua esposa espera um filho dele, e ela teve um m*l estar e ele não pensou nem duas vezes em desmarcar tudo e socorre-la.
Vendo cenas assim, me bate uma curiosidade de saber como seria amar alguém assim...
Imediatamente espanto os meus pensamentos.
Nunca amarei ninguém assim, meu pai me ensinou com o seu sofrimento.
Sorri, fazendo o que eu realmente amo, pode parecer loucura, contudo é onde fico feliz, sim, sei que não sou um homem de perder tempo com trivialidades.
Sou que chamam de Wakaholic, trabalho sempre foi o que amo fazer.
O jiu-jitsu também, porém as mulheres são o meu ponto fraco.
Sei que disse que não sou de me apegar, sou totalmente desapegado, porém, fui criado para ser um lorde e tratar as mulheres da melhor forma, então o tempo em que estou com elas, sou o homens do sonhos, pote. deixo claro as minhas intenções, geralmente os meus casos duram semanas apenas, o máximo que fiquei com uma mulher foi dois meses, e a única que fiquei mais de uma vez foi a Ashley, porém agora, para não existir falsas ilusões, acabo revelando antecipadamente o que quero, como disse elas são preciosas, mas o problema é durar.
Contudo, hoje, algo dentro de mim pedia uma pausa. No celular, a mensagem de Arthuro me lembrava do que eu costumava fazer nas noites de sexta-feira.
Sou um homem sério, mas no quesito mulher, dou o braço a torcer para dizer que sou diferente do homem que trabalha aqui, gosto da caça, da arte da conquista, da troca de olhares e por fim, de uma boa f**a, sou justo, como se fosse uma Balança, gosto de proporcionar prazer, sou inteiramente sincero, contudo, mesmo não fazendo parte do time que assume compromissos.
Jamais faria uma mulher sofrer.
Sim, me apaixonar não está em meus planos, nunca!
Eu sou do tipo que assim como no trabalho dou o meu melhor, não apenas para agradar um mulher, é porque é algo surreal, porém no dia seguinte o encanto acaba, e como um cara cortês que sou não as iludo, seria uma imensa concórdia, dou o meu melhor, até no adeus.
Apesar de ter algumas mágoas do que a minha mãe fez, ela me deixou com ensinamentos inegociáveis, foi o que formou o meu caráter, e de certa forma quem sou.
Na escola ainda era muito pequeno, porém já havia brigas de meninas por minha atenção, confesso que para não desagradar acabava sentado perto de algumas e até mesmo dividindo o meu lanche.
Porém, algumas eram complicadas, diziam que quando crescessem iríamos nos casar, choravam quando eu dizia que não.
No fim, acaba prometendo, pois desde novo eram o meu fraco.
Eu lembro bem do dia, tinha uns 7 anos quando minha mãe foi chamada a escola, umas quatro meninas discutiam entre si cada uma com seu argumento falando que eu prometi a elas casamento.
E após chegar em casa minha mãe e perguntou se acaso eu realmente tinha prometido casamento a elas, com o sorriso inteiramente cínico, confirmei.
Conclusão, levei uma bronca e fiquei de castigo.
A minha mãe naquele dia, me ensinou que literalmente eu não devia prometer uma mulher, ou da esperança coisas que eu não poderia sustentar.
Ela era uma mulher muito linda tinha os cabelos naturalmente ruivos, talvez seja por isso que eu evite hoje, ou pode ser que não me sinta atraído.
Minha mãe se abaixou na minha frente, acariciou o meu rosto e olhando nos meus olhos, disse.
" Bryan, quero que seja um lorde, eu o criei para ser um, seu pai me conquistou assim. Promete para mim que a partir de hoje, não vai iludir nenhuma mulher, aquilo que não pode cumprir?"
" Eu prometo mãe, nunca mais vou fazer isso, só vou prometer amor a minha esposa e ela vai ser ruiva igual a senhora. Pois, não existe mulher tão linda, a sua beleza é inigualável. "
Ela sorriu amplamente.
" Bryan, se tiver esse jeito lindo de ser, e a forma de falar, vai conquistar sim, a sua ruiva. "
E assim me abraçou, amava seu abraço, o seu cheiro, eu amava a minha mãe, ela era a melhor! E por isso não perdoo por ter nos deixado, e dói tanto pensar que ela foi tão fria, que não pensou em mim e nós, apenas nela. E passei anos pensando que iria voltar logo, porém quando soube o que fez, foi tarde demais o que ela fez, não sabemos o motivos, porém ela fez.
Por isso, eu evito ruivas...
E não, nunca vou me apaixonar por uma ruiva, por isso nunca fiquei com nenhuma, nem as que pintaram os cabelos de ruivo, ainda mais as naturais.
...
O dia passou rapidamente e no almoço tinha uma reunião, Nathaniel não podia ir, porém, seu primo Kaleo iria, ao contrário de Nathanyel, Kaleo era divertido e de fácil sorriso, era bom ter alguém assim no trabalho
O telefone toca e franzi a testa olhando a tela, depois de suspirar, eu atendo.
— Olá, bom dia! — Disse a voz familiar do outro lado da linha.
Eu sabia exatamente o que ela queria. Ela me ligava sempre nesses momentos, sabendo como funcionava a dinâmica entre nós. E eu, que sempre preferi evitar compromissos emocionais, sabia como a manter à distância. Eu não estava interessado em mais nada que não fosse um bom tempo, sem vínculos.
— Bryan, você está chegando?
— Sim, estamos entrando no estacionamento do shopping. Em alguns minutos estarei aí. — Respondi, sem pressa, tentando esconder a ansiedade crescente que começava a tomar conta de mim, embora não soubesse o motivo.
— Eu também estou chegando. Me espera, por favor.
O tom de voz dela era leve, quase provocativo, como sempre.
Ela sabia como mexer comigo, mas, dessa vez, algo parecia diferente. Eu não queria mais o jogo de sempre. Não sabia por quê, mas estava curioso sobre o dia de hoje. Como se algo estivesse me chamando para fora do meu universo calculado e rígido.
Quando saí do carro, algo dentro de mim já estava mudado.
Desci do carro e pedi ao seguranças que fossem discretos, geralmente eles não se vestiam de terno e gravata como eu, eles se misturavam a multidão, gostava da sensação de liberdade, mesmo que não a tivesse.
Caminhava calmamente, quando olhei para o lado e vi a mulher caminhando apressada, uma estranha sensação de déjà-vu me invadiu.
As belas curvas e algo que era inédito para mim...
Sim, é isso a mulher tinha os cabelos avermelhados.
Os seus cabelos ruivos estavam presos em um r**o de cavalo, mesmo preso batia na cintura e o corpo dela era perfeito, em um uma roupa casual, era linda, como uma escultura.
De relance vi o que pensei ser um sorriso, o que me deixou encantado, mesmo que algo em mim, dizia para seguir na direção oposta.
Bryan Luttolf, não gosta de ruivas e nunca ficou com nenhuma dela.
A razão dizia, fuja!
Porém, não fui razoável dessa vez e como se hipnotizado seguir a mulher, eu precisava ver o rosto dela.
Era a desculpa que eu estava me dando.
Bom, era só isso, a curiosidade.
Eu veria seu rosto, e pronto iria embora!
Mas por hora, precisava urgentemente saber quem ela era.
Só que como em uma bela visão, ela desapareceu de vista rapidamente, e uma sensação de frustração me tomou.
Ela sumiu entre a multidão de pessoas que andavam pelo shopping, e eu fiquei ali, parado, sem saber o que fazer.
Logo recobrei a razão, dei um pequeno sorriso, tomado de desdém.
O que foi aquilo, Bryan? Está louco?
Nunca fui de perder o foco, mas naquele momento, joguei a razão pelos ares e apenas fui.
— Vamos, Bryan? — Kalel me chamou, rindo, trazendo-me de volta à realidade.
Mas, por algum motivo, meu olhar ainda estava perdido no ponto onde ela desapareceu. Algo em mim estava gritando para que eu fosse atrás dela. Mas eu me controlei. Não ia fazer isso. Eu nunca fiz isso antes, e não ia começar agora.
Eu tinha o controle de tudo, sempre foi assim.
Logo voltei a minha atenção a Kaleo que sorria do meu desconcerto.
A noite seguiu seu curso, com conversas triviais e risadas altas. No entanto, eu não conseguia parar de pensar nela.
Uma ruiva.
Na verdade, a ruiva!
Estava virando o copo de whisky, quando os cabelos como de fogo me chamaram atenção.
Lá estava ela, como se a vida risse da minha cara, ela não notou a minha presença.
Linda...
Puta, merda! Linda demais!
Agora eu via seu rosto, e parecia um anjo...
A bebida desceu cortando a garganta e passando a língua nos lábios e os mordendo levemente até ficar serio, coloquei o copo na mesa sem tirar os olhos da cena a frente.
Estávamos em um restaurante, comendo junto com a minha equipe do escritório, e Laria estava sentada a minha frente, mas a minha atenção estava distante dela.
Pela enorme janela de vidro a vi em quiosque de fastfood, ela abria a porta e se agachada junto a uma menina ele entregando um sorvete.
Ela sorria, e a menininha a abraçou.
Parecia se u piscasse perderia algo muito belê de se ver.
Seu gesto era suave, quase materno.
Era como se ela estivesse em outro mundo, e eu fosse apenas uma sombra à sua volta, um mero observador.
— Quer sorvete, Bryan? — Senti alguém me cutucando ao lado e Kalel perguntou, com um sorriso brincalhão.
— Não, eu... — A resposta ficou presa na garganta. Certamente, eu ainda não sabia o que estava acontecendo comigo. Ela estava com a menina, com um sorriso que parecia iluminar tudo ao seu redor.
E eu amava ver aquilo.
Minha mente estava em outro lugar, mas eu tentei disfarçar.
Pela primeira vez, eu não reagi, se fosse em outros momentos, eu teria ido imediatamente a caça, porém usei todo meu autocontrole e me mantive firme.
A noite estava acabando, e todos estavam prontos para seguir para o clube. Mas algo dentro de mim me dizia que eu deveria ficar. Algo dizia que eu não poderia deixá-la ir embora sem ao menos saber quem ela era.
Saber seu nome.
Logo, Laria tampou a minha visão, logo a perdi de vista, mas eu dispensaria todos e iria lá falar com ela.
Porém, disfarcei e logo a procurei no quiosque, mas para a minha decepção, alguém estava lá.
Uma sensação de perda me atingiu, e quis rir da louca sensação que estava me atingido.
Eu devia está carente, só pode ser isso, eram os 5 dias sem sexo, só podia ser.
Estava indo com os meninos e todos conversavam, mas estava mais sério do que o comum.
Kalel me perguntou se eu conhecia e porque não procurei, tentei enrolar e fugir da conversa.
E como algo me puxasse, olhei para o lado, e lá estava ela.
Parada perto de um banco, com a mesma expressão tranquila. Como se percebesse meu olhar que varia seu corpo, como se estudasse o que ela provocava em mim.
Os seus olhos se encontraram com os meus, o mundo pareceu parar por um momento.
Quando fitei os lindos olhos verdes eram como um farol, atraindo toda a minha atenção, e a sensação de desconexão com tudo e todos ao meu redor foi instantânea.
Ela não me notou de imediato, mas quando seus olhos se fixaram nos meus, houve uma conexão imediata. Algo inusitado. Algo que eu não estava preparado para sentir.
— Ei, você está bem? — Kalel perguntou, porque eu estava falando e parei do nada, mas a voz dela já soava distante, como se o som não fosse mais importante do que o olhar dela.
Por um momento, eu me esqueci de tudo.
Esqueci do trabalho, da minha vida.
Só restou a ruiva e eu, dois mundos distintos, mas que, de alguma forma, estavam prestes a se encontrar.
Eu não sabia o que ia acontecer, mas sabia que não podia deixar aquela oportunidade escapar.
— Eu preciso falar com ela. — Falei, quase sem pensar.
Kalel me olhou, levantando uma sobrancelha, mas não disse nada.
Eu sabia que ela também estava vendo o que eu via. Algo estava acontecendo ali, algo que ia além do que qualquer um pudesse entender.
Eu segui até o quiosque, onde ela ainda estava.