02 – MATEUS: A PREPARAÇÃO E DEDICAÇÃO AO MINISTÉRIO (1ª Parte)

4652 Words
Vimos no capítulo anterior que o evangelista Mateus narra que, ao ser chamado por Jesus para o ministério, largou imediatamente o serviço público, cujo salário representava o seu sustento. 9 E ao sair dali, na caminhada, viu sentado em uma coletoria, um certo cobrador de tributo chamado Mateus, a quem lhe dirigiu a palavra dizendo: Segue-me. O servidor público Mateus imediatamente levantou-se e, atendendo ao chamado de Jesus, passou a segui-lo. (MATEUS 9:9) Jesus seguia os ensinamentos e obras realizadas pelo Pai celestial, Jeová, que ao longo das histórias encartadas na bíblia, fez o chamamento dos seus filhos para que, após abandonar uma vida de pecado, passassem a seguir o caminho da verdade, como atalaia/guardião do povo. 1 Jesus, reuniu os doze apóstolos e lhes deu autoridade para expulsar os espíritos malignos e para curar os enfermos, livrando-os de quaisquer doenças. 2 E estes eram os nomes dos doze apóstolos: O primeiro, Simão, chamado Pedro e André, seu irmão. Tiago e João, filhos de Zebedeu. 3 Filipe e Bartolomeu. Tomé o gêmeo e Mateus o publicano. Tiago filho de Alfeu, e Tadeu. 4.Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que o traiu. 5 E Jesus enviou estes doze apóstolos em missão, dando-lhes as seguintes instruções: Não sigam as orientações tortuosas de pecadores e nem entrem nas cidades dos samaritanos. 6 Inicialmente procurem ensinar as ovelhas das famílias de Israel que estão perdidas. 7 Ao ensinar, façam com base nessa mensagem: O reino de Deus está ao alcance de vocês. (MATEUS 10:1-7) Nesse cenário podemos citar vários homens de fé, como Noé, Abraão, os profetas, Davi entre outros foram chamados para seguirem o caminho da verdade, assim como os apóstolos. 13 Então ensinarei os seus caminhos da retidão aos pecadores para que se convertam a ti. (SALMOS 51:13) Seguindo os ensinamentos do Pai celestial, Jesus escolheu os seus discípulos e apóstolos, dentre os pecadores, que eram excluídos pelos líderes sacerdotais que tortuosamente ensinavam que os seus seguidores, por serem “superiores” não poderiam se misturar com os pecadores, e nesse julgamento consideravam que Cristo não poderia ser o Cristo enviado por Deus, pois não nasceu de um dos sacerdotes, bem como caminhava com pecadores. 11 Os fariseus ao verem isso questionaram os discípulos: Por que o Mestre de vocês come com esses publicanos e pecadores? 12 Ouvindo os questionamentos dos fariseus, Jesus respondeu-lhes: Quem necessita dos médicos são os enfermos e não os saudáveis. 11 Os fariseus ao verem isso questionaram os discípulos: Por que o Mestre de vocês come com esses publicanos e pecadores? 12 Ouvindo os questionamentos dos fariseus, Jesus respondeu-lhes: Quem necessita dos médicos são os enfermos e não os saudáveis. (MATEUS 9:11-12) Essa doutrina tortuosa de “segregação” sempre foi combatida por nosso Senhor Jesus, por não se adequar ao princípio que rege as relações interpessoais, definido por Deus, onde o “amar o próximo” deve ser efetivada na mesma proporção que se deseja ser amado. De forma exemplificativa, Jesus nos ensina a real postura do servo de Deus, que não deve agir soberbamente se colocando como sendo melhor que o próximo, e inclusive não se portar como acusador, em qualquer situação, principalmente em uma oração. 9 Jesus, conhecendo o coração de alguns soberbos, que ali estava reunido, que se achava superiores e desprezavam os demais, contou-lhes a seguinte estória comparativa: 10 Dois homens foram ao templo para orar. Um deles era fariseu enquanto que o outro era um cobrador de tributos. 11 Em pé, o soberbo fariseu assim orava: Oh Deus! Agradeço-te por não ser como os desonestos, os avarentos, os imorais, nem como este cobrador de impostos. 12 Pelo contrário, faço jejuns duas vezes por semana e dou a décima parte (dízimo) de tudo aquilo que ganho. 13 Enquanto isso, o humilde cobrador de impostos, distante do fariseu, cabisbaixo, batia no peito e dizia: Oh Deus! Pela tua imensa misericórdia, peço que me perdoe, pois reconheço que tenho pecado! 14 E Jesus concluiu a explicação, dizendo: Em verdade digo a vocês que este remisso cobrador de impostos voltou para casa em paz com Deus, e o soberbo fariseu não. Quem exageradamente se exalta, será humilhado, enquanto que o humilde será enobrecido. (LUCAS 18:9-14) Esse exemplo não deve ser seguido apenas quando se estiver em oração, mas em qualquer situação onde tenha de argumentar, seja para uma pessoa ou em público maior, como nas redes sociais, que se tornou local de batalhas de ego, de "bullying", de “cancelamentos” e para se conseguir a notoriedade. Já percebeu a quantidade de fariseus que existem nas redes sociais que apedrejam Maria(s) Madalena(s), ou discípulos Estevão, com seus soberbos comentários? É sempre bom lembrar que o Apóstolo Paulo, por muito tempo compactuou com esses pensamentos tortuosos, até compreender que os ensinamentos que havia recebido desde a juventude estava errado e passou a evangelizar, indicando que somos iguais perante a Deus, bastando que apenas nos livremos dos pecados. 8 Limpem o interior e livrem-se da ira, da impaciência, da ignorância, da maldade e das palavras indecentes. 9 Não tornem a enganar uns aos outros, pois vocês já se livraram das práticas do velho homem 10 e nasceram de novo, agora à imagem do Criador, com conhecimento renovado. 11 Nessa nova vida não há distinção entre pessoas, seja grego ou judeu, circunciso ou incircunciso, bárbaro ou cita, e*****o ou livre, pois Cristo é tudo e está em todos. (COLOSSENSES 3:8-11) Os ensinamentos do nosso Senhor Jesus Cristo perpetuaram-se por meio de seus discípulos e apóstolo, como podemos presenciar na epístola do apóstolo Tiago. 5 Se você precisa de sabedoria, peça em oração a Deus, que a concederá a todos, sem fazer distinção de pessoas. Peça com fé e receberá. 6 No entanto é necessário advertir que quando orar, peçam com fé, sem duvidar no coração, pois quem duvida é comparado à onda do mar, cuja a direção é dada pelo vento, que a agita e a conduz por direções incertas. (TIAGO 1:5-6) Jesus quebra um paradigma transferido pelos sacerdotes fariseus por geração, onde somente deles o povo poderia esperar vir algo bom, e se colocavam acima de qualquer coisa, inclusive acima da lei de Deus, deturpando as interpretações com o fim de serem beneficiados de alguma forma. E tudo isso era presenciado pelo evangelista Mateus. 5 Vocês, por meio de tradições malignas, ensinam que aquele que se justificar, a seu pai ou à sua mãe, afirmando que aquilo que lhes dariam como ajuda é oferta/Corbã ao Senhor, 6 fica livre da obrigação de ajudá-los. Vocês anulam a palavra de Deus com doutrinas malignas, que objetivam tão somente a satisfação dos interesses egoísticos que ocultam na mente. 7 Hipócritas! A respeito de vocês o profeta Isaías assim advertiu: 8 Vocês me honram com os lábios, porém ignoram os meus ensinamentos. 9 Vocês louvam em vão, pois ensinam doutrinas que não passam de regras criadas por vocês. (MATEUS 15:5-9) Os interpretes da lei sabia a gravidade dessa advertência de Jesus, pois eram conhecedores que estariam transgredindo a Lei de Deus, contudo, por meio de interpretações distorcidas da Lei Divina, manipulavam o povo para considerar que Jesus era pecador por andar com pecador e se considerar o Messias enviado por Deus. 28 Quem rejeitar a lei de Moisés, morrerá sem direito a perdão, bastando o testemunho de duas ou três pessoas; (HEBREUS 10:28) Como esse conhecimento estava com os discípulos, a ordem seria prossegui-los até a morte. A história mostra que, após a morte de Jesus, houve uma grande perseguição aos apóstolos e discípulos de Jesus, sendo que um dos maiores perseguidores era Saulo, que se converteu ao cristianismo, e passou a adotar o nome de Paulo, o apóstolo de Jesus, o Cristo enviado por Jeová, Deus. A bíblia relata algumas dessas perseguições, como a morte do discípulo de Cristo Estevão, condenado a apedrejamento sem um justo julgamento. 53 A Lei que vocês recebem foi transmitida pelos anjos, porém vocês as transgridem. 54 Quando reunidos ouviram as respostas de Estevão ao sumo sacerdote, iraram-se contra ele a ponto de ranger os dentes. 55 No entanto Estevão, revestido pelo Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e olhando fixamente viu a glória de Deus, com Jesus em pé à direita de Deus, 56 e relatou a visão: Neste momento o céu está aberto e vejo Jesus, o Filho de Deus, em pé à direita de Jeová, o único Deus. 57 Para não ouvir o testemunho de Estevão, eles taparam os ouvidos com as mãos, gritavam alto e avançaram juntos contra Estevão, 58 arrastando-o para fora da cidade, onde iniciaram o apedrejamento, sendo que as vestes, daqueles que praticaram o violento ato, eram guardadas aos pés do ainda jovem Saulo. 59 Então Estêvão fez a seguinte oração: Senhor Jesus, receba o meu espírito. 60 E ainda ajoelhado, clamou em alto som: Jeová, perdoe-lhe por este pecado. Em seguida, adormeceu [morte física]. (ATOS 7:53-60) O evangelista Mateus mesmo que ocupasse fosse um notório cobrador de tributo, humildemente ouviu e guardou nos pensamentos as orientações dadas por João, o batista, assim como alguns outros publicanos, que por mais que não seguissem Jesus, adequaram os seus comportamentos as advertências dadas pelo profeta João Batista. 12 Dentre aqueles que queriam ser batizados por João, o batista, estava alguns publicanos, que lhes questionavam como deveriam proceder para não pecar mais. 13 E João assim respondeu-lhes: Não cobrem nada além daquilo que foi prescrito. 14 Da mesma forma, os soldados que também estavam ali para serem batizados, questionaram: E quanto a nós, como devemos proceder? E João, o batista, orientou-lhes: Não ajam com violência, nem pratiquem a extorsão e nem denunciem falsamente o próximo. E ainda, advirto que se contentem com o soldo (salário) que recebem. (LUCAS 3:12-14) Atento aos erros que os cobradores de tributo faziam e ouvir e refletir nas orientações de João, o batista, o apóstolo Mateus narra que, decidido a mudar, assim que foi convidado por Jesus a se levantar da coletoria e o seguir, para iniciar o ministério, prontamente atendeu, sem nenhum tipo de hesitação. Inicialmente o evangelista Mateus serviu ao ministério como discípulo e, quando o conhecimento da palavra de Deus aumentou, foi designado como apóstolo. 10 Esdras preparou o seu coração para buscar, cumprir e ensinar a lei, os estatutos e as orientações do Senhor em Israel. (ESDRAS 7:10) Por ser um advogado tributarista, percebo em alguns cobradores de tributos, ainda nos dias atuais, no afã de punir, continuam a desrespeitar essa orientação de João, o batista, e cometem excessos de exação, sendo essa orientação positivada e transformada em norma jurídica com sanção penal. DECRETO-LEI FEDERAL Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940. Código Penal. Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019), § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990 - Grifamos) Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) Enquanto alguns necessitam de norma jurídica que imponha sanção penal para obedecer, outros, com o cobrador de tributos Mateus, o fizeram voluntariamente, por entender que o justo é legal. Os publicanos que se assentaram a mesa com Jesus e os seus discípulos, como o evangelista Mateus, não deixaram o serviço público, porém adequaram as suas condutas para agir conforme era justo, fazendo justiça ao próximo sem desrespeitar a lei criada pelos homens: “Não cobrem (dos contribuintes) nada além daquilo que foi prescrito (pela lei tributária)”. 10 Quando Jesus e os seus discípulos já estavam sentados à mesa, na casa de Mateus, chegaram outros cobradores de impostos e pecadores, que se sentaram também à mesa. (MATEUS 9:10) Da mesma forma que esses publicanos, muitas pessoas inclinam os ouvidos para ouvir a palavra de Deus, contudo nem todos estão preparados para seguir no ministério, que exige dedicação e renúncia. Se de um lado era bom servir a Deus, por outro lado, naqueles tempos, ter um emprego público era tão almejado como nos dias atuais, onde as pessoas veem nos concursos públicos a porta para conseguir a estabilidade financeira. A função pública de cobrador de tributos desempenhado pelo evangelista Mateus equivale, nos tempos de hoje, ao serviço realizados pelos auditores fiscais, junto aos órgãos fazendários, visto que são eles que realizam a atividade fim de uma coletoria de impostos, definindo quanto cada um deve pagar. Mateus era conhecido, dentre os moradores locais, como sendo “o publicano”, e isso deve referir-se por ser alguém que se destacava no cargo público que ocupava, e não somente pela importância do cargo público de cobrar tributos, visto que não seria o único cobrador de tributos da região. Mateus renunciou a estabilidade financeira e a esse reconhecimento dentre os servidores públicos, ao inicialmente ouvir João, o batista, era considerado um profeta por parte dos israelitas, contudo era considerado um lunático pelos fariseus, que rejeitavam os seus ensinamentos, o que se pode ser constatado no verso bíblico, no qual Jesus dialoga com os líderes sacerdotais da época. 30 Respondam-me de qual vontade vocês consideram que decorre o batismo realizado por João: É da vontade de Deus ou da vontade do homem João? 31 Eles discutiram entre si: Se reconhecermos perante os presentes que é da vontade de Deus, não teríamos como justificar a razão pelo qual não acreditamos nele. 32 No entanto, sabemos que o povo considera João, o batista, como sendo um profeta, por esse motivo não seria prudente declarar publicamente que consideramos que esse batismo é proveniente da imaginação humana, pois isso ocasionaria grande tumultuo entre o povo. 33 Em consenso responderam: Não sabemos! Diante da resposta deles, Jesus, da mesma forma respondeu: Se não querem responder, da mesma forma não revelarei a vocês de quem recebi autoridade para realizar as obras realizadas e que foram testemunhadas a vocês. (MARCOS 11:30-33) Conseguimos entender, por meio dessa pequena explanação, quão importante foi a decisão do apóstolo Mateus, quando imediatamente renunciou o serviço público, que lhe dava certa estabilidade financeira, para servir o ministério da evangelização, junto com Jesus, que era perseguido pelos líderes do sacerdócio fariseu, que não tinham lugar certo para dormir, tornando-se peregrino emissário de Deus na evangelização. Observa que Mateus sabia que ao aceitar o ministério teria de abdicar a vida de servidor público e a estabilidade que o salário, de cobrador de tributo, propiciava-lhe. Você trocaria o seu emprego, privado ou público, por algo que não lhe garantisse uma renda mensal, e ainda sofrer as perseguições das autoridades e da igreja representada pelos líderes sacerdotais dos fariseus que as dirigia? Abraão estava bem acomodado junto a sua parentela quando foi chamado para habitar uma terra que Jeová lhe prometeu, terra que nunca havia visto ou ouvido falar e nem tampouco tinha conhecimento onde estava situada, contudo, guiado pela fé, deixou os parentes e os confortos, para peregrinar em busca da terra prometida pelo Senhor. 1 Então Jeová assim falou com Abrão: Saia desta terra que te pertence e está no meio dos teus parentes, e segue em direção à terra que te mostrarei! 2 Eu farei de ti uma grande nação. Eu te abençoarei, e teu nome engrandecido. Serás uma bênção! (GÊNESIS 12:1-2) Abraão, assim como Mateus, renunciou uma vida, que para muitos seria considerada muito boa, para peregrinar por caminhos desconhecidos e, ao final, alcançar uma vida espiritual melhor que aquela vida carnal que renunciou. Jesus nos mostra, por meio da história sobre o rico e o pobre, que aqueles que renunciarem sua vida de prazeres carnais, tende a herdar o acesso irrestrito ao reino dos céus, e ficará ao lado de Abraão, enquanto que aqueles que não conseguem desapegar, acabam sofrendo no hades. 19 Havia um homem rico que trajava roupas finas e tinha uma vida de luxuosa regada a muitos prazeres. 20 Também havia um mendigo, conhecido como Lázaro, que tinha o corpo coberto de chagas e fora abandonado próximo do portão do homem rico, 21 e desejava apenas saciar a fome, com as migalhas que caíam da farta mesa do rico, enquanto que os cães lambiam as suas feridas. 22 Quando o mendigo morreu, os anjos o ampararam pelas mãos e o levaram até Abraão. O rico também morreu e foi lançado na sepultura. 23 Do mundo dos mortos (Sheol/Hades), local de tormentos, o Rico, levantou os olhos e, de bem longe, viu Lázaro ao lado de Abraão. 24 Então clamou: Pai Abraão, tenha misericórdia de mim! Envie Lázaro para que, após molhar o a ponta do dedo na água, coloque na minha língua, ressecada por esse intenso fogo que me aflige diuturnamente, e a refrigere. 25 Abraão respondeu: Filho, lembre-se de que você preferiu os prazeres da vida, enquanto que Lázaro suportou as aflições. Agora, porém, ele está recebendo as recompensas aqui, enquanto que você está sofrendo as consequências na medida de seus erros. 26 E, além disso, um grande abismo nos separa, o que impossibilita passar deste lado para o lado onde vocês estão, da mesma forma que não permite que alguém passe desse lado para onde estamos. 27 Então o rico pediu: Peço que envie Lázaro aos meus irmãos, 28 pois tenho cinco irmãos. Avise-os para que não venham também para este lugar de terrível lugar de choro e ranger de dentes. 29 No entanto Abraão lhe lembrou: Eles têm as orientações de Moisés e dos Profetas. Que sigam esses ensinamentos. 30 O rico insistiu: Não é assim, Pai Abraão! Pois se alguém dentre os mortos lhes informar como é aqui, eles certamente se arrependerão. 31 E Abraão lhe ensinou: Se eles não escutam as orientações de Moisés e nem a dos Profetas, certamente não se convencerão, mesmo que um morto ressuscite. (LUCAS 16:19-31) É importante destacar que, para ter essa nova vida, Abraão renunciou tudo que envolvida a sua vida passada, as culturas e hábitos comuns aos habitantes de Ur dos caldeus, se afastou dos amigos e dos parentes, para fazer história e ser lembrado por várias gerações, inclusive nos dias atuais, conforme prometido pelo seu Deus, em quem confiava. Observe que a cidade Ur dos caldeus somente é lembrada por ser o berço do patriarca do povo Israelita (Isaque, filho de Sara) e do povo Ismaelita (Ismael, filho de Agar). Lembrando que o povo Israelita advém de Jacó, cujo nome foi mudado por Jeová para Israel. Jacó foi gerado, juntamente com Esaú, por Rebeca, esposa de Isaque. Isaque e Ismael eram filhos de Abraão, sendo que Isaque foi gerado por Sara e Ismael pela serva Agar. Muitas são os versos bíblicos que advertem a respeito das pessoas, que serão chamadas para o ministério após ouvirem os ensinamentos contidos na palavra de Deus, contudo ignorarão, em virtude de não querer preservar os prazeres que a vida carnal desregrada propicia, e se consideram privilegiados, até o dia que serão surpreendidos pelas aflições decorrente das maldições que caminham de mãos dadas com o pecado. 2 Serão cumpridores da Lei de Deus, transmitida por Cristo, quando se ajudarem a carregar as cargas uns dos outros. (GÁLATAS 6:2) E cabe lembrar que a convocação para o ministério não acabou com a escolha dos doze apóstolos, pois temos diversos relatos de chamados, que estão catalogados nas escrituras bíblicas, como o caso do Apóstolo Paulo e outros discípulos, bem como de inúmeras pessoas que continuam nos dias atuais levando o evangelho de Deus aos necessitados. 3 Quando se aproximava de Damasco, antes de concluir a viagem, uma luz divina, vinda do céu tocou a terra e irradiou-se formando um intenso e majestoso brilho em sua volta, 4 fazendo Saulo cair, e nesse instante uma voz vinda do alto lhe questionava: Saulo, Saulo, por que você me persegue? 5 Sem compreender o que estava acontecendo, Saulo, ainda prostrado no chão, respondeu questionando: Quem é o senhor? Cristo se apresentou dizendo: Eu sou Jesus, o caminho a quem você persegue. 6 Agora, levante-se, entre em Damasco, pois enviarei alguém a você para te ensinar o caminho da verdade, do qual passará a seguir. 7 E os homens que viajavam com o centurião Saulo ficaram admirados com o acontecimento, todavia não conseguiam compreender e, por isso, ficaram sem ter o que dizer, pois testemunharam a luz, ouviram a voz, porém não viram ninguém a quem pudessem atribuir a obra. (ATOS 9:3-7) O apóstolo Paulo, que antes era conhecido como Saulo, foi servidor dos líderes sacerdotais e cumpria violentamente todos os mandados de prisão que eles lhes ordenavam que cumprissem. 1 Saulo, querendo dar continuidade as perseguições, com ameaça e morte, contra os discípulos de Jesus Cristo, encontrando-se com sumo sacerdote 2 pediu-lhe cartas de ordem de prisão contra os discípulos de Cristo, seja homens ou mulheres, que fossem encontrados nas Casa de Orações existentes em Damasco, bem como e trazê-los aos líderes dos sacerdotes, em Jerusalém. (ATOS 9:1-2) Presencia-se nas escrituras que ao contrário do apóstolo Pedro, que um humilde pescador, Paulo era uma pessoa com muito conhecimento e influência junto a alta sociedade e líderes sacerdotais, e que além de ter recebido poderes para prender os Cristãos, era remunerado (comissionado) pelos fariseus para realizar esses mandados de prisão contra os discípulos de Jesus onde quer que os encontrassem. Tal situação pode ser comprovada no verso bíblico, onde Paulo explicita tal fato: 9 Eu também tinha convicção que devia me opor àqueles que evangelizam em nome de Jesus de Nazaré. 10 E assim procedia de fato em Jerusalém, tendo recebido autorizações para perseguir e prender muitos irmãos que foram sentenciados à morte pelos líderes sacerdotes, e eu concordava plenamente com isso. 11 Enfurecendo-me mais e mais contra eles, em diversas vezes eu os torturei até que blasfemassem, e os perseguia por todas as casas de oração, inclusive nas que se localizavam no estrangeiro. 12 E com esse propósito fui para Damasco, levando os mandados de prisão emitidos pelos líderes dos sacerdotes, que me assalariavam. (ATOS 26:9-12) Saulo, a partir do momento que percebeu a verdade por trás das ordens macabras ordenada pelos líderes do sacerdócio fariseu, também atendeu ao chamado de Nosso Senhor Jesus Cristo e começou voluntariamente a seguir o caminho da verdade que lhe foi apresentado, percebendo que perseguia irmão que nenhum crime havia cometido, mesmo que sofressem alta condenação, como a de morte. No entanto, muitas pessoas que já seguem o caminho moralmente errado, mesmo quando são conscientizados que fazem o que não é correto, não se arrependem, preferindo-se manter no caminho da transgressão por propiciar-lhe algum tipo de vantagem. 7 Outras sementes caíram e brotaram em solo repleto de espinhos, contudo foram sufocadas, e com isso impedidas de crescer. (MATEUS 13:7) 22 A porção de sementes que caiu e germinou em solo espinhoso, são comparáveis as pessoas que ouvem os ensinamentos contidos na palavra de Deus, porém as preocupações e os encantos deste mundo, como os produzidos pelas riquezas e outros desejos, sobrecarregam a mente com pensamentos inquietantes, que sufocam o entendimento e, com isso, os ensinamentos tornam-se infrutíferos. (MATEUS 13:22) Saulo arrependeu-se quando fora cientificado por Jesus que as suas condutas eram injustas, mesmo que considerassem corretas por serem avalizadas pelos líderes do sacerdócio fariseu que comandavam a igreja da época. Saulo estava consciente que sofreria as mesmas perseguições que realizava no caso de não mais aceitar seguir as ordens doutrinárias dos sacerdotes, entretanto, Saulo, que após o batismo de arrependimento mudou o nome para Paulo, não só renunciou os privilégios que recebia, como passou a mostrar a verdade por trás das doutrinas tortuosas ensinadas e praticadas pelos líderes dos sacerdotes. Esse pré-requisito, renunciar a tudo que não edifica na palavra de Deus, passa inegavelmente pela renúncia de doutrinas e preceitos que são contrárias as escrituras bíblicas, conforme fez apóstolo Paulo, que era fariseu fervoroso, mas abandonou essa vida, para viver em harmonia com Deus, conforme deixou registrado em diversos versos bíblicos. 4 A minha história de vida, desde a juventude é conhecida por todos os judeus, pois vivi em Jerusalém, entre o meu povo. 5 Desde o princípio me conhecem e sabem que vivi como fariseu, seguindo as rigorosas regras da mais alta corte da nossa religião. (ATOS 26:4-5) É incontestável que o apostolo Paulo, desde a sua adolescência fora doutrinado na religião dos fariseus, porém rejeitou todo o tortuoso ensinamento doutrinário, inclusive ao recebimento de salários, para seguir o Caminho de Cristo Jesus, e não se arrependeu, mesmo diante das perseguições que sofreu. 18 A porção de sementes que caiu em terreno repletos de espinhos, assemelham-se a pessoas que ouvem a palavra de Deus, 19 e as guardam na mente, mas as tornam infrutíferas quando são sufocadas pelas inquietações e encantos deste mundo, como as produzidas pelas riquezas e por outros desejos ambiciosos. (MARCOS 4:18-19) Ora, essa renúncia por parte de Paulo foi total, pois o que fazia, era prejudicial a todos, pois ao perseguir pessoas e encerrá-la em prisões, só porque não coadunam com os pensamentos dos líderes sacerdotais, não seria a melhor forma de cumprir um dos principais princípios bíblicos: “amar ao próximo como a si mesmo.” 18 Meus amados filhos, devemos nos amar com sentimentos e ações de verdade e não por meio de palavras ditas da boca para fora. 19 Assim agindo, caminhamos na Verdade e em paz estaremos na presença de nosso Senhor Jesus Cristo, 20 pois, Deus é conhecedor de tudo e deu forma ao nosso coração e, portanto, é maior que a consciência que nos condena. 21 Se não somos condenados por nossa consciência, estejamos firmes na presença de Deus, 22 porque conscientemente somos seguidores das suas orientações e agindo em conformidade com a Lei Divina, estamos habilitados para receber o que pedimos. (1 JOÃO 3:18-22) Quem não respeita o livre arbítrio, concedido por Deus aos homens, obrigando-os a negar e blasfemar contra Deus sob ameaças de morte e prisão, como o apóstolo Paulo confessou que tudo fazia sob a conivência dos líderes do sacerdócio fariseu, não cumpre o ensinamento divino que ordena que devemos amar o próximo, inclusive, se possível, ajudar a livrar-se das suas aflições. Para exercer o ministério de Deus, temos que nos livrar de qualquer pensamento egoístico, estando sempre prontos a ajudar, e se possível, mesmo que seja o único bem, desapegar para ajudar quem bate a minha porta pedindo ajuda. 17 Portanto, reflitam sobre isto: Quem tem o dever de praticar o bem e se omite de fazê-lo a quem ver em necessidade, torna-se pecador. (TIAGO 4:17) Jesus cita o caso de uma viúva, que ofertou do pouco que possuía e lhe faria falta para o seu sustento, enquanto os ricos doaram aquilo que não lhes faria falta. Quem deles seria aquele que menos apego teria as riquezas? 1 Jesus observou quando os ricos depositavam suas ofertas nos cofres de coleta do templo. Observou ainda quando uma pobre viúva colocar duas pequenas moedas de cobre. E disse aos discípulos: Em verdade afirmo a vocês que esta pobre viúva depositou mais do que todos os outros ofertantes, pois esses ofertantes doaram daquilo que lhes sobrava, enquanto que esta pobre viúva, da sua pobreza, ofertou tudo o que possuía para o seu sustento. (LUCAS 21:1-4)
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD