Uma luz azul pálida se infiltrava pelas frestas da janela, tingindo o quarto com uma serenidade fria. O frescor que antecedia o amanhecer fez Zephyr despertar de súbito, os olhos abrindo-se devagar como se buscassem se lembrar de onde, exatamente, havia adormecido. Ele se perguntava: havia adormecido na cama? Não conseguia se lembrar. Foi então que a visão à sua frente o ancorou à realidade. Nefertiti, deitada em seu ombro, dormia profundamente. A luz azulada acariciava o rosto da Imperatriz com uma delicadeza etérea, como se o mundo tivesse parado apenas para que ele pudesse contemplá-la. Ela sequer parecia respirar — imóvel como uma pintura viva, serena como o silêncio antes da tempestade. Zephyr a observava, sentindo o peso do momento. Seus sentidos retornavam lentamente, acompanhado

