Capitulo 2

2005 Words
Jane passeava em seu apartamento em algum momento mais tarde naquela noite. Acordei com uma sala m*l iluminada, ouvindo uma voz pouco familiar chamando meu nome. Levei um minuto para que meu cérebro se orientasse. Eu estava me sentando quando a porta se abriu. — Aí está você. Fiz uma careta quando olhei contra a luz brilhante que vinha do corredor. Corri a mão pelo meu cabelo, que com certeza parecia um ninho de ratos depois de dormir com ele molhado. Eu também tinha certeza que tinha babado em algum lugar do travesseiro, pois sentia a boca e a bochecha úmidas. Jane, por outro lado, parecia exatamente como eu me lembrava. Completamente linda. Eu sabia na minha cabeça que parecíamos iguais, mas uma parte de mim sempre me imaginava como o patinho feio. Não importava o quanto eu tentasse, eu sempre acabava pensando dessa forma. Era loucura? Sim, era. Mas era assim. — Que horas são? — Eu murmurei enquanto procurava pelo meu celular. — Ahm, mais ou menos seis. Quer alguma coisa? — Jane virou-se e saiu pelo corredor. Levantei-me e tropecei antes de chegar ao banheiro, ainda tentando limpar a minha cabeça. Joguei um pouco de água fria no meu rosto, e no momento em que encontrei Jane na cozinha, eu já estava me sentindo um pouco mais eu mesma. Ela estava remexendo na geladeira, cantarolando algo que eu não conhecia. Encostei-me ao balcão e esperei que ela me olhasse. — O que você acha? — Jane perguntou quando se endireitou. — Comida chinesa, tailandesa ou outra coisa? Eu balancei a cabeça e ri. — Você está me dizendo que a dona de um restaurante de sucesso chega em casa e como esse lixo? Jane sorriu, com os olhos brilhando. — Nem sempre. Mas é uma ocasião especial. Eu ri novamente. — Ocasião especial? Olha, eu vou embora hein... Ela estendeu um cardápio. — Lembro-me de como você implorou à mamãe e ao pai para deixá-la comer algo assim em um dos seus aniversários, mas... — Mas mamãe insistiu em fazer macarrão e almôndegas com molho caseiro. — Eu continuei a memória. — E ela disse que era o seu prato favorito. Peguei o cardápio e olhei, com a testa franzida pela lembrança. — Mas era o favorito do RJ. Um momento de silêncio caiu entre nós, cheio de coisas que não dizíamos. Que nossos pais sempre pareciam se lembrar das coisas favoritas do RJ, e nunca das nossas. Nossos pais nos amavam, mas era claro quem era o filho favorito deles. — Então... chinesa, tailandesa ou o quê? — Perguntou Jane, tirando-me das nossas lembranças. — Qual é o melhor? — Perguntei, tentando parecer que eu estava lendo as opções em vez de evitar olhar para a minha irmã. Eu sabia que seria um pouco estranho no início, uma vez que não nos víamos havia muito tempo. Eu só esperava que o constrangimento não fosse durar. E isso não aconteceu. Uma vez que a nossa comida chegou, fomos para a varanda para comer, e eu tive a chance de aproveitar a vista incrível. Nós conversamos sobre a refeição, o molho doce e azedo do frango e sobre o tipo de vinho que estávamos tomando, o que fez com que ficasse claro para mim que eu tinha tomado a decisão certa em vir para cá. Nós não ficamos conversando até tarde, embora fosse sábado à noite. Jane teve um dia longo de negociação com um dos seus fornecedores de alimentos, e eu ainda estava me adaptando à diferença de tempo de três horas. Na manhã seguinte, no entanto, eu estava pronta para andar pela cidade e conhecer tudo o que pudesse. Minha irmã me levou a todos os seus lugares favoritos, mostrando-me não só os clássicos locais de Hollywood, mas todos os pequenos lugares que eu nunca teria visto se tivesse ido sozinha. Eram os típicos lugares que pessoas que planejavam viver ali precisavam conhecer. Passamos o dia todo fora e no momento em que voltamos para o apartamento, eu estava um pouco queimada do sol, muito cansada, e ansiosa para o amanhã. Animada para começar um novo capítulo na minha vida. *** Acordei cedo, ainda afetada pelo fuso horário, sem dúvida, mas eu teria acordado cedo de qualquer maneira. Hoje era a minha introdução ao trabalho de gestão. Nós caminhamos até o restaurante, embora Jane me assegurasse que ambas estaríamos cansadas o suficiente para pegar um táxi de volta à noite. Kimberly, assistente de Jane, apareceu alguns minutos depois que chegamos lá, mas o restante da equipe não chegou até mais tarde. Depois que Jane me mostrou o lugar, ela me deixou no escritório para analisar tudo o que o antigo gerente tinha deixado para trás. Tanto as coisas que ele tinha feito antes de sair, como as que se acumularam depois que ele se foi. Havia uma abundância de ambas. Eu não pude verificar tudo no primeiro dia, ou no próximo. Na verdade, eu só fui terminar na metade do dia. Da quinta-feira. E mesmo assim, eu não terminei inteiramente, terminei apenas o suficiente para que eu fosse capaz de fazer uma pausa para ajudar Jane a se preparar para a grande festa que ela iria atender no Hollywood Hills na sexta-feira à noite. Eu não tinha percebido o quanto realmente era complicado trabalhar na gestão de um restaurante. Eu tinha estudado administração e tinha crescido em uma família que tinha um negócio, então eu, é claro, tinha uma ideia teórica de como as coisas funcionavam. Mas eu também tinha escutado meus pais falando havia anos sobre como Jane estava desperdiçando sua vida, como ela nunca seria capaz de fazer uma vida real, porque esse não era o tipo de negócio que podia realmente prosperar. Não era como sua loja de autopeças que já estava na família a quatro gerações. Eu não sabia se era porque Jane tinha começado seu próprio negócio na Califórnia e as coisas eram diferentes aqui, ou se os meus pais estavam simplesmente enganados de pensar que Jane estava jogando sua vida fora porque ela tinha saído de casa, ou ainda se eles realmente queriam que ela falhasse, simplesmente para que eles pudessem provar que estavam certos. De qualquer maneira, eles estavam errados, na minha opinião. Na sexta-feira à noite, faríamos um trabalho para centenas de pessoas, o que eu achei que soava como um grande negócio. Mas, quando eu falei com Jane sobre isso, ela me disse que já tinha tido eventos maiores no último ano. Não que fizesse desse algo menos importante. Como ela apontou, nesta cidade, um comentário r**m podia quebrar a carreira de ninguém. Ela tinha que estar no ponto. E pelo que pude ver, ela estava sempre. Eu podia ter assumido a posição de gerente de negócios, mas ela não era apenas a face pública da empresa, ou mesmo apenas a força criativa por trás dela. Jane fazia tudo. Ela queria saber sobre o orçamento, queria saber onde cada centavo estava. Ela trabalhava com os outros chefs para criar o menu, em seguida, cozinhava ao lado deles. Ela provava os novos pratos e criticava-os. Mesmo coisas tão pequenas quanto se certificar de que todos os uniformes e roupas estavam prontos, e ela verificava isso pelo menos duas vezes. E estava claro que não era apenas porque essa era a minha primeira semana. Minha irmã era definitivamente uma maníaca por controle. Eu só esperava que não tivesse sido por isso que o gerente de negócios anterior tinha ido embora. Então, novamente, Jane e eu parecíamos trabalhar bem em conjunto. Eu era organizada e não tive problemas em orientar as pessoas a fazer o que eu precisava que eles fizessem, mas eu também não tive nenhum problema em situações quando era óbvio que alguém sabia mais do que eu. Tinham me dito na faculdade que eu tinha uma estranha combinação de confiança e humildade. Sexta de manhã demonstrou o fato... O entusiasmo de Jane sobre controle. Ela estava em todos os lugares, com energia de sobra, indo de um lado para o outro. Tudo parecia estar indo bem, por isso, enquanto ela estivesse ocupada, ela não estaria pirando sobre qualquer coisa. — Você vai com o primeiro carro. — Ela disse quando me entregou um fichário vermelho. — O que é isso? — Perguntei. — Sua cópia do itinerário, e tudo o que é necessário para esta noite. — Jane levantou outra pasta, n***a. — Eu sempre tenho um back-up no caso de algo acontecer com a minha. — Você tem certeza que quer que eu vá primeiro? — Perguntei. Ela assentiu com a cabeça. — Uma de nós tem que estar lá quando tudo chegar, e eu preciso pegar a última das peças centrais. — Eu poderia fazer isso. — Ofereci, tentando soar como se eu quisesse ajudar, em vez de soar como uma pessoa nervosa. Mas eu tive certeza de que ela percebeu, pois minhas mãos tremiam tanto que as pastas sacudiam. — Não, você e Kimberly vão na frente. Eu te encontro lá. Eu só devo chegar uns quarenta minutos depois de vocês. — Ela olhou por cima do meu ombro para onde eu sabia que Kimberly estava de pé. — Kimberly, certifique-se de ajudar a minha irmã com qualquer coisa que ela precisar. Eu tinha a sensação de que Kimberly não estava muito feliz com essa instrução, mas ela simplesmente concordou e se dirigiu para o carro da empresa. Segui, relutantemente, ficando no banco do passageiro. Até que eu tivesse a minha carteira de motorista da Califórnia, Jane não queria que eu dirigisse sob o seguro da empresa. Eu não sabia se isso era uma coisa de legalidade ou porque ela estava sendo cautelosa, mas eu não me importava. Eu nunca gostei muito de dirigir. A viagem com Kimberly foi difícil apesar do fato de eu ter ligado o rádio, e eu estava muito feliz por ter a pasta para estudar, então não teria que tentar conversar só para ser educada. A viagem para a mansão era de 10 quilômetros a partir do restaurante, mas fui capaz de passar a maior parte do caminho apenas com a cara enfiada nas pastas, até que chegamos aos enormes portões de ferro, quase uma hora depois. À medida que o portão se abria e nós dirigimos até a entrada da ala dos empregados, eu fechei a pasta e fiquei séria. Era hora de trabalhar. Fiquei surpresa com a rapidez com que as coisas foram sendo resolvidas uma vez que chegamos lá, como o tempo parecia voar, como eu supervisionei bem o ambiente e todos os contratados. Felizmente, todos sabiam seus trabalhos perfeitamente, então realmente não havia muito para fazer, além de me certificar de que o cliente estava feliz e fazer as pequenas mudanças que precisavam. Mas, horas mais tarde eu percebi que algo estava errado. Eu não tinha visto Jane ainda. Em vez de perguntar ao redor e causar pânico, eu tirei o celular da bolsa e enviei uma mensagem discretamente. Então vi as chamadas não atendidas. Três. Todas de Jane. A primeira mensagem na caixa postal me deixou alerta. "Fico feliz que você ouviu minhas instruções sobre desligar o celular. Eu não acho respeitoso ficar com ele ligado durante um trabalho tão importante, embora..." Sua voz estava um pouco mais acentuada do que eu estava acostumada. "... Aparentemente, o novo carro da empresa é uma merda. Os freios não funcionaram direito e o desgraçado quase me matou. " Merda. A segunda então... "Eu estou bem, apenas tendo que esperar o reboque do c*****o. " Oh, sim, ela estava chateada. "Escuta, eu tenho que conseguir um novo carro para levar as peças centrais e... de qualquer maneira, não sei quanto tempo vou levar para isso... e eu não posso perder um cliente bom como esse... Eu preciso de você para fazer tudo dar certo. Você é a única em quem eu posso confiar para fazer isso. Eu acredito em você, irmãzinha. Não me deixe na mão." Sem pressão, não é Jane? p***a.
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