Na praia próxima à Rocinha, o sol brilhava intensamente no céu, refletindo nas ondas que quebravam suavemente na areia. Era um cenário típico de um dia comum no Rio de Janeiro, até que os gritos do Pastor Ezequiel começaram a ecoar, rompendo a tranquilidade. “Arrependam-se, pecadores! Entreguem-me Claudinho!” ele bradava, sua voz rouca e fervorosa ressoando acima do som das ondas. Com um facão em mãos, ele arrastava a lâmina pela areia, deixando um rastro irregular atrás de si. Seus olhos estavam vidrados, como se ele estivesse em transe, completamente alheio ao pânico que causava ao seu redor. Os banhistas se afastavam rapidamente, alguns correndo para longe, outros se aglomerando a uma distância segura, curiosos e aterrorizados com a cena. A esposa de Ezequiel, uma mulher de meia-idade

