Lua n***a

Capítulo três

E lá estava ela, sentada em seu carro, olhando para o prédio e para as pessoas ao seu redor que ela tinha certeza que não estava pronta para enfrentar.

Escola Secundária de Hollow!

Oh sim! Ela não estava nem um pouco preparada para isso, mas Alana não tinha escolha, ela tinha que voltar à normalidade ou, pelo menos, tentar. Porque na realidade ela sabia disso, ela nunca poderia voltar à normalidade que tinha antes. A sua vida nunca mais seria a mesma!

Alana suspirou, levantou a mão para despentear os cabelos loiros e, olhando uma última vez para o retrovisor do carro, sussurrou:

- Você consegue Alana, você consegue!-

Então, ela desceu do carro, pegou a sua mochila escolar, trancou o carro e, de cabeça erguida, começou a caminhar em direção à entrada da escola e a cada passo que dava fingindo que era a mesma Alana, cada pessoa que ela conhecia e, por quem passava, virava a cabeça para olhar para ela e sussurravam entre si. Obviamente sobre ela!

Alana optou por fingir que não percebeu!

Alana sabia que isso ia acontecer, ela esperava, mas, mesmo assim, odiou cada segundo. Ela só pôde suspirar de alívio quando chegou ao seu cacifo. Alana o abriu, colocou a cabeça lá dentro e suspirou. Aquilo era uma forma de escudo, um escudo que a protegia dos olhares que ela ainda conseguia sentir sendo dirigidos a ela.

-Alana!-A voz tão conhecida por ela falou ao seu lado e, pela primeira vez, ela sorriu.

Um sorriso verdadeiro!

- Nadia!- Alana sussurrou tirando a cabeça de dentro do cacifo para olhar para ela.

Nádia, uma jovem de 17 anos, de cabelos ruivos, olhos castanhos e pele morena.

Ela sorriu docemente para a sua melhor amiga. Ela sabia que a sua amiga estava passando por um momento difícil, talvez o pior momento da sua vida. E que ela precisava dela, então Nadia não perdeu tempo puxando a amiga para os braços, envolvendo Alana carinhosamente nos seus braços.

Naquele momento, nos braços da sua melhor amiga, Alana suspirou aliviada, de olhos fechados. Nos seus braços, Alana se sentia segura, se sentia em casa, se sentia normal.

- Você está bem ? - Nadia questionou a amiga após sair do abraço porém, elas nunca largaram as mãos uma da outra.

Alana sabia que com Nadia ela não precisava mentir, ela podia falar a verdade, ela podia falar pra ela, que ela não estava bem.

- Na verdade não!- Alana suspirou - Mas, eu tenho que tentar!-

- Ninguém espera que você fique bem assim de repente, Alana!-

A loira soltou um suspiro por de entre os lábios se encostando aos cacifos escolares.

- Sim, eu sei, mas quero pelo menos tentar!-

Nadia juntou-se à amiga, se encostando nos cacifos ao seu lado.

- Mentir não vai te ajudar a ficar bem! - Nadia lançou um leve olhar para a amiga- ninguém espera que você já não esteja de luto!-

Alana sabia que ela estava certa, mas era teimosa e não gostava de mostrar que não estava bem. Para ela, era ser fraca e Alana Dennis não era fraca.

- sim, mas vocês já sabem como eu sou e, não quero que saibam, bastam os olhares de pena que me lançam!- Alana olhou para os alunos que lhe lançavam olhares nada discretos.

- Não ligue para eles, você sabe como são os adolescentes!- Nadia revirou os olhos.

- Nadia, nós também somos adolescentes- disse Alana com uma certa piada na voz.

- sim, mas somos diferentes deles!-

- ah sim, somos muito diferentes!- Alana revirou os olhos sarcasticamente.

- Você tem alguma dúvida?- Nadia virou-se para a amiga- olhe para nós- ela se virou com um sorrisinho no rosto- nós somos lindas-

Alana riu pela primeira vez em muito tempo, a sua amiga realmente conseguiu colocar um sorriso em seu rosto com uma facilidade que até a surpreendeu.

- Sim muito lindas!- Alana pegou na mão de Nadia puxando-a para andar - vamos!-

Caminhando juntas pelos corredores da escola, as meninas conversavam entre si, Nadia tentava a todo custo distrair Alana da sua dor.

Assim que chegaram à sala de aula, as duas se encostaram na parede perto da porta.

- Nádia, Alana!-

A voz feminina chamou a atenção das duas, fazendo-as olhar na sua direção. Percebendo a quem pertence a voz, as duas garotas suspiram.

- ah não!- disseram as duas.

- Meninas!- A outra loira da turma as abraçou.

- olá Claire!-

- Alana, querida, como você está? - Claire dirigiu um olhar de pena a Alana.

Alana já estava acostumada com aquele olhar, mas mesmo assim não gostava dele especialmente vindo de uma das suas amigas.

- Estou bem, claire!-

-Ai coitadinha!- Claire a abraçou de novo -Se precisar conversar, pode contar comigo!- Ela sorriu.

- Eu sei, obrigada Claire!- Alana forçou um sorriso.

- De nada!- claire juntou as mãos- oh meninas, quando vocês voltam ao time?- claire olhou de uma para a outra.

Nadia e Alana trocaram um olhar antes de se voltarem para a outra loira.

-Não sabemos Claire!- Alana disse.

- Sentimos a sua falta no time!-

- Você ganha de qualquer jeito, claire- Foi Nadia quem falou.

- sim, mas vocês precisam voltar!-

- vamos pensar nisso !- Alana responde docemente.

-Tudo bem!-Claire sorriu- Luisa espera- ela gritou- tchau meninas!-Claire falou por cima do ombro enquanto corria atrás da morena.

Alana olhou para Nadia.

-claire sendo claire-

[]

Zayn não sabia exatamente o que esperar daquele dia. Da escola, das pessoas, é já fazia muito tempo desde que ele esteve perto de humanos, na verdade, pessoas em geral. Zayn teria se refugiado nas sombras, na solidão por muito tempo e agora, ele teria saído dela, para poder conhecer Alana.

Ele estava pronto!

Zayn caminhou em direção á entrada da escola, recebendo olhares. Ele já esperava os olhares e murmúrios, então isso não o surpreendeu completamente. Depois de escapar da secretária onde ele teve que encantar a mulher nela, para deixá-lo se matricular na escola, ele foi para a aula de história, a aula que ele sabia que Alana estaria, ele teria o mesmo horário de Alana.

Ao entrar na sala de aula, Zayn olhou para os alunos que já estavam na sala, alunos que se voltaram para ele no segundo em que ele entrou. Ele rapidamente encontrou Alana que, após a garota ao lado dela sussurrar em seu ouvido "olha o bonitão", Alana voltou os olhos na sua direção captando o seu olhar.

Um arrepio percorreu todo o seu corpo, zayn a teria visto antes, mas os seus olhos nunca teriam se encontrado e, naquele momento, olhando profundamente nos olhos dela, ele quase podia ver Constança nela. E naquele momento ele soube.

Alana Dennis era a sua segunda chance.