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1455 Words
—Jenny, ursinha! — Eu ouvi um grito alto e eu gemi. Eu me virei e olhei para o meu o melhor amigo, Adrian, que sempre pensou que poderia vir quando bem quisesse ao meu café. — Sim, Adrian? — Eu perguntei sarcasticamente, sabendo que ele estava ali, provavelmente, por causa de uma pausa no trabalho e só tinha vindo para me irritar. Eu não queria ser rude, ele era meu melhor amigo, mas às vezes ele era um chato de galochas. — Eu estou fazendo a minha lasanha especial hoje. — Ele sorriu, mas eu vi algo em seus olhos. Eu realmente não poderia dar um nome a isso. — Qual é a ocasião? — Eu perguntei, guardando alguns arquivos. Adrian desviou o olhar desconfortavelmente. Ele era, provavelmente, o cara mais fácil de conviver com o qual deparei. Havia alguma coisa sobre o Adrian que atraiu quase que instantaneamente. Era impossível não gostar dele. E ele era lindo, era realmente lindo. Com sua linhagem meio francesa, meio italiana, ele definitivamente tinha todos os olhares. Seu cabelo era castanho escuro, seu rosto perfeitamente esculpido. Ele era, sem dúvida, bonito, e eu tinha certeza que poderia sentir alguma coisa por ele se ele seguisse essa linha. Mas Adrian era um gay ainda dentro do armário. Não importava quantas vezes eu dissesse a ele que isso não importava, que sua sexualidade não era um grande negócio a discutir, ele se recusava a acreditar em mim. — Ahm... — A voz de Adrian me tirou dos meus devaneios. Dei-lhe um olhar confuso. — Eu tenho que te perguntar uma coisa. — E por que você não pode fazer isso agora? — Eu perguntei, franzindo a testa. Ele nunca era estranho, a menos que tivesse algum grande favor a me pedir. — Porque eu estou esperando que você vá estar feliz e bebido o suficiente para dizer que sim. — disse ele timidamente. Apertei os olhos para ele. — Adrian Lawrence, o que diabos você está fazendo? Ele levantou-se. — Tchau, Jenny! Te vejo no jantar! — Sem esperar por mim para responder, ele já estava fora da porta. Olhei para ela, imaginando o que ele tinha em mente neste momento. A última vez que ele tinha feito algo assim, eu acabei em um clube de stripper. E isso era uma história que eu ficaria feliz em pagar para esquecer. O telefone tocou e eu atendi, usando o tom mais profissional que eu poderia. — King's Coffee. — Jennifer! — Minha mãe me cumprimentou e eu sorri. — Como você está? Eu não te achei no seu celular, então eu tive que ligar para o seu escritório. Você está ocupada? — Oi mãe. — Eu respondi. — Eu não estava ocupada, apenas conversando com Adrian. O que foi? — Eu só liguei para informá-la que você deve esperar uma visita em breve. — Ela disse e eu fiz uma careta. Percebendo que não seria ela a vir me ver, eu perguntei. — Uma visita de quem? — Do Sr. Harrison. — ela disse e eu senti uma pontada aborrecimento dentro de mim. Eu ouvi alguns baralhos em segundo plano, e depois um maldito som alto. — Oh querida, o seu pai conseguiu pregar o dedo de novo, vou acalmá-lo, então até mais tarde. Tome cuidado querida! —Tchau mãe. — Eu disse enquanto ela desligou. Eu coloquei o telefone de volta em seu lugar e resistiu ao impulso de bater a cabeça na mesa. Eu tive problemas suficientes na minha vida e o Sr. Harrison passou a ser mais um a somar-se a todos os outros. Ele estava convencido de que poderia resolver todos os meus problemas com o seu mágico, toque de Midas e eu o odiava por isso. — Srta. Kingsley? — A gerente do meu café, Nela, enfiou a cabeça. — Temos um cliente querendo conhecê-la. Eu levantei minhas sobrancelhas. — Por quê? — Ele disse que preferia discutir isso com você. — Ela disse e eu gemi. Levantei-me e fiz meu caminho para fora, alisando minha saia lápis. Saí só para ver o Sr. Harrison em pé no centro do café com um sorriso no rosto. — O que você quer? — Eu perguntei, não me importando se fui rude. — Isso não é maneira de falar com seu... — ele começou e antes que pudesse continuar a sentença, eu olhei para ele, fazendo-o calar a boca. — Olha, se você quiser beber alguma coisa, seja bem-vindo, mas estou ocupada agora, então me desculpe. — Com isso eu fui embora, deixando-o franzindo o cenho atrás de mim.  Eu me virei e olhei no espelho, perguntando-me se a minha b***a parecia muito grande no vestido. Eu estava toda arrumada para o jantar do Adrian, porque ele era o único cara com quem eu iria jantar usando um roupão e chinelos macios. Adrian vivia no mesmo prédio que eu, alguns andares acima de mim. Eu quis mudar naquela noite, pois também não sabia se seríamos apenas nós dois. Eu usava um vestido azul marinho com um decote, parando algumas polegadas acima do joelho. Coloquei minhas sandálias e levei apenas o meu telefone. Assim que cheguei apartamento de Adrian, fiquei surpresa ao ver a porta já aberta. — Adrian? — Gritei cautelosamente, procurando por qualquer cena de assassinato ou por um ladrão. — Eu estou me vestindo, Jenny! — Ele gritou. — Sirva-se de vinho. Ou o que você preferir. Tirei as sandálias, sabendo agora que seríamos apenas nós. Andei até o seu armário de bebidas e tirei uma garrafa de uísque. Normalmente, eu não bebia licor forte, mas o material que ele tinha em sua casa era limitado. Eu coloquei um pouco de uísque para mim, assim que o Adrian entrou, vestindo apenas um par de shorts. A visão dele daquele jeito faria qualquer mulher de sangue quente babar, mas eu estava muito além dessa fase. Eu levantei uma sobrancelha para ele. — Você não poderia ter me dito que não estava vestido? — Eu disse e ele riu, colocando um copo de uísque para si mesmo. — Mas é tão divertido ver a sua cara! Talvez possamos ir até uns clubes mais tarde. — ele sugeriu, balançando as sobrancelhas de um lado para o outro. — Não, obrigada. — Eu recusei. — O que você queria me dizer? Ele colocou o copo na mesa. — Vamos jantar! Apertei os olhos pelo seu comportamento suspeito, mas ele seguiu para a sala de jantar. Aquilo devia ser algo grande para ele agir dessa forma. E sua atitude estava me enchendo de curiosidade. No meio do jantar eu já não aguentava mais. Eu olhei para ele. — Adrian Lawrence, — estalei, — é melhor me dizer neste instante o que está acontecendo, ou eu juro... — Opa. — Disse ele, colocando as mãos para cima. — Só prometa não ficar louca. Eu levantei uma sobrancelha. — Meus pais querem que eu vá para a casa deles. — Ele disse. — E? — Eu disse arrastando as palavras. — Eu disse à minha mãe que eu tinha uma namorada, e ela disse que eu tinha que levá-la junto. Eu não posso mesmo mudar de desculpa agora, porque é tarde já que o meu irmão também confirmou, então eu tenho que estar lá. — Ele disse tão rápido que eu tive que forçar meus ouvidos para entender as palavras. — Namorada? — Engoli em seco. — Quem é sua namorada? — É onde minha queria amiga entra. — Ele disse com um sorriso esperançoso e eu entendi. Mas recusei de imediato. — Não. — Por favor, Jenny. — Meu melhor amigo Adrian me implorou. Eu balancei minha cabeça. Eu não poderia fazer aquilo, eu não faria. Adrian queria que eu fingisse ser sua namorada para a sua família. Aquilo era ridículo. — Não! — Eu quase gritei, minha voz um pouco embargada quando ele fez uma cara triste para mim. Oh meu Deus. Era como se estivesse escrito, eu cederia para ele. — Por favor, Jenny. — Ele suplicou novamente. — Apenas duas semanas, eu prometo. Basta pensar nisso como uma das férias impressionante que nós queríamos ter. — Isso não inclui me colocar como a garota do meu melhor amigo gay. — Eu disse firme, mas por dentro senti minha determinação indo embora. — Jennifer... — Ele demorou e eu olhei para ele. — Você sabe que eu não posso contar... Eu não posso... — Duas semanas. Isso é tudo. — Eu cedi e ele sorriu me puxando para um abraço abrangente. Fiquei parada por algum tempo, antes de finalmente abraçá-lo de volta. Eu faria isso por ele. Afinal de contas, é para o que os melhores amigos servem.
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