O despertador do celular vibra baixinho às 04:30 da manhã, mas eu já tô acordada antes dele. Passei a noite inteira virando na cama, com o coração batendo feito tambor de escola de samba, a cabeça cheia de pensamento e a mala fechada no canto do quarto me lembrando, o tempo inteiro, que o dia chegou.
Hoje eu vou.
Me levanto devagar, com cuidado pra não acordar ninguém. Me visto no escuro: calça jeans confortável, camiseta branca soltinha, o cabelo preso num r**o de cavalo. Passo perfume leve, pego a necessaire, o celular, a carteira com o RG, o bilhete da passagem e a coragem que venho cultivando há semanas.
A mala parece mais pesada do que ontem. Mas talvez seja só o peso do momento.
Abro a porta do quarto dos meninos e dou uma última olhada. Meus irmãos dormem embolados, respirando f
