Acordo com o cheiro do café invadindo o quarto e o som abafado de louça na cozinha. Viro de lado e vejo que ele não tá mais na cama. A luz suave entra pelas frestas da cortina, e a lembrança da noite passada me aquece por dentro. Meu corpo ainda sente ele l, a força, a voz, o toque. A forma como ele me fez explodir e depois me segurou como se eu fosse feita de vidro.
Levanto devagar, só com a camiseta dele no corpo, e vou até a sala. Ele tá ali, de pé, de costas, servindo café nas canecas, com o celular preso entre o ombro e a orelha. A camiseta branca cola nas costas largas e musculosas dele, o cabelo ainda bagunçado, e o tom de voz firme, autoritário.
— Hoje não vou encostar na oficina. — diz, sem pedir licença. — Me arruma cobertura, chama o Maurão. Não me enche o saco.
Desliga, vira
