Pardal liga do orelhão com vento batendo na boca do telefone, voz cortada por buzina e freio de ônibus. — Fiz a volta. — ele começa, seco — Jussara saiu perto das seis, como tu falou. Chegou na praça com passo de quem quer ser vista. Cinco minutos depois, encostou um de boné de aba reta, camisa preta seca demais pro calor. Não é daqui. — Fez aproximação? — pergunto, encostando o ombro no concreto da cela. Magrelo finge que dorme. — Fez a de sempre: ela riu sem motivo e mostrou o celular. Ele não tocou nela. Outro a uns cinquenta metros, outra moto de garupa vazia deu duas voltas. Placa eu peguei parcial: PQX-1 e o resto eu confirmo depois. Eu escuto o ruído da rua grudado nas consoantes dele. Faço o mapa na cabeça: praça, bar, moto, sombra que não pega sol, gente que se acha esperta.

