O cheiro de pão fresco invade o quarto antes mesmo que eu abra os olhos. Viro de lado, ainda meio sonolenta, procurando Flávio na cama. Só encontro o espaço vazio, o lençol amassado e ainda quente do lado dele. Por um segundo, sinto aquele aperto bobo no peito, como se tivesse sido abandonada, mas logo lembro do jeito que ele sempre fala que precisa "resolver coisas" cedo. Tento não pensar demais. Levanto devagar, o cabelo bagunçado, os olhos pesados, e sigo até a sala. A cena me faz parar na porta, com a boca aberta. A mesa da cozinha tá coberta: bolo de cenoura ainda morno, pão francês na cestinha, queijo, presunto, frutas cortadas, suco de laranja gelado e até geleia. Tudo arrumado em bandejas bonitas, como se fosse café de hotel. Ao lado, uma sacola com logo de loja grande de eletrôni

