A luz da manhã entra suave pelas frestas da cortina. O som distante dos carros lá fora mistura com o canto de algum passarinho teimoso, e o cheiro da cidade molhada de madrugada ainda tá no ar. Me espreguiço devagar, o corpo mole, cansado da noite anterior, mas o coração ainda mais pesado que qualquer músculo.
Fiquei acordada por um bom tempo depois que ele saiu. Comi metade do lanche frio, sentada na beira da cama, pensando. Pensando demais. Na minha mãe. Em Minas. No menino de voz rouca que mexeu comigo desde a primeira ligação. E no homem que ontem quase me fez querer voltar correndo pra casa.
Levanto sem fazer barulho. Ainda tô de camiseta e calcinha, e os pés descalços tocam o chão frio do quarto com cuidado. Abro a porta devagar, espiando o corredor. Tá tudo em silêncio. A luz do s
