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Angel… Ligação on... -- Eu sei o que o senhor disse pai,mas eu não queria ficar parada sem fazer nada. -- Eu não quero nem saber Angel! Só quero que você deixe de ser a sub desse morro!__praticamente gritou,como se adiantar. -- O senhor sabe o grande respeito que eu tenho por ti,mas eu não vou fazer o que está me pedindo,estou me saindo muito bem. -- Pra que isso Angel? Você volta pra casa em dois meses no máximo,e vai assumir tudo o que é seu por direito,incluindo os vários morros desse país. -- Eu sei disso também pai,mas já faz um tempo que estou nessa posição, e não vou deixá-la até o dia em que voltar. -- Quanto tempo? -- Uns três anos eu acho..__comentei um pouco incerta. -- E como é que eu só fiquei sabendo essa semana?!__sua voz saiu alta além dos limites normais do próprio. -- Eu sempre dou o meu jeito e o senhor sabe muito bem disso,sem contar que eles não sabem quem é o meu pai. -- Tudo bem então, já que não tem como fazer você me ouvir, ao menos se cuida. -- Sempre... -- Preciso ir,tenho que resolver umas pendências por aqui. -- Vai lá, também tenho o que fazer. Ligação off… Meu pai me mandou para o Brasil há cinco anos. O que eu não gostei muito,mas o mesmo praticamente me colocou no jato particular dele com uma bolsa contendo tudo o que eu fosse precisar e me despachou pra esse país. Fiquei p**a com ele por quase um mês. Até que finalmente o mesmo me explicou o porquê de tudo. Estavam querendo por um fim nele,e não eram os caras da lei,mas sim seus inimigos. Os quais ameaçaram m***r todos o que meu velho ama se ele não cedesse o que tem de mais importante,e mesmo não considerando essa idéia ele quis saber o que os filhos da p**a queriam. E achando que eles estavam se referindo a alguns de nossos complexos de maior lucratividade,meu pai foi completamente surpreendido,quando Alberto,o chefe dos desgraçados,disse que o que ele queria,era nada mais,nada menos do que eu. Tendo me enviado para o Brasil,meu pai pôde fazer o que faz de melhor,que é se livrar de rivais que se acham no poder de bater de frente com dono da máfia San Diego e sair impune. E os que ousam me colocar no meio de ameaças,ou barganhas,sempre sofrem uma morte pior que os demais. Devo dizer que o inestimado Diego Santoro - tenho que dizer que só eu e mamãe chamamos ele assim - É super protetor quando o assunto é Angel Santoro,com Anjo Caído como futuro nome de associação,ou seja,EU. Depois de dois meses que eu estava aqui,me informaram que tudo havia sido resolvido por lá,o que significava que mais uma máfia rival, havia caído para a da minha família. Mas mesmo com tudo resolvido,meu pai decidiu que era melhor eu passar um tempo por aqui. Não tendo muito o que fazer,aceitei o pedido dele. Mas como eu não nasci pra ficar olhando os outros fazerem as coisas por mim, dispensei os dois carinhas que não saiam da minha cola,e comecei a me envolver nos trampos do morro,subindo constantemente de posição,tendo assumido o posto de sub-dona a exatos três anos. (...) -- Angel,o chefe tá te procurando__ avisou Rafael,um dos vapores de minha inteira confiança. -- Avisa que apareço por lá em dez minutos ou menos__ disse e ele vazou pra fazer o que eu pedi. Eu ter me tornado sub-dona desse morro,foi tão vantajoso pra mim, quanto pro JP,que agora tem um ficha limpa do seu lado. Tá certo que mostrei ser uma pessoa de confiança,mas eu não estar sendo procurada pela polícia,ajudou muito na decisão dele,apesar de eu não fazer tudo o que ele manda,quase nada pra falar a verdade. -- Manda o que tu quer comigo__cheguei no "escritório" dele já me jogando no sofá ao lado da mesa onde o mesmo estava sentado. -- Quero que vá receber uma mercadoria na zona sul pra mim__ ele só pode ter levado alguma pancada na cabeça,pra tá achando que eu vou fazer essa m***a. -- Nem pensar,ficou maluco? Não vou arriscar o meu passe livre por aquele lugar,por causa de uma das suas jogadas falhas__me levantei pra já ir embora__ Da um jeito do seu fornecedor trazer esse p***a ao menos até a entrada do morro,ou manda um dos vapores ir buscar. Sai de la,sem deixar ele dizer qualquer outra coisa,pra gente não ter que prolongar essa discussão,que ele deveria saber que não vai ganhar. Deixe-me falar um pouco sobre o JP,quer dizer,falar o que eu sei. JP, é a simples abreviação de Jean Paulo,ele é o atual dono do morro do alemão,assumiu o posto aos dezessete anos quando seu pai morreu na frente de seus olhos,em um tiroteio contra a polícia,o que faz uns onze anos,mais ele nunca esqueceu,e até hoje diz que vai m***r o filho da p**a que tirou a vida de seu pai,e é mais do que óbvio que eu não duvido dele,já que o mesmo sabe quem foi. (...) E aqui estou eu na zona sul,mas não pra fazer o que o JP pediu,mais sim porque eu quero. Tô sempre indo e voltando,entre esses dois mundos. Nesse exato momento estou na praça de alimentação observando tudo enquanto fazia um lanche. Estava bem distraída quando recebi uma mensagem do Rafael. Mensagem on... "Rafael ' Eu "Onde você se meteu? 'Não é da sua conta,mas eu resolvi dar uma volta. Por que? "O JP tá puto contigo,te procurando em todo canto. 'Ele melhor do que ninguém nesse morro,sabe que eu só faço o que quero. Então diz pra ele ir se fuder e me deixar em paz,que hoje eu só volto pra essa m***a na hora do baile. Mensagem off… Encerrando a mini discussão,guardei o celular,montei na moto e sai cidade a fora. Precisava disso pra poder aguentar o JP na minha cabeça quando voltasse pro morro. (...) -- Ele tá querendo falar contigo antes de saírem pro baile. -- Que já está na hora né?__perguntei ignorando seu comentário. -- Vai mesmo ficar fazendo isso com ele? Mesmo sabendo que ele não gosta de ser contrariado? -- Eu não tenho medo Nat, e não faço nada contra a minha vontade__deixei claro ao exibir meu melhor sorriso. -- Você é tão cabeça dura quanto ele,mas ainda sim as vezes ele me assusta__disse ao sorrir em negação. -- Fica de boa, ta legal? Eu sei lidar com ele__terminei de vestir minha jaqueta e sai com ela ao meu lado. Natália é irmã mais nova do JP,e completamente diferente dele. A mina nunca gostou,e não gosta,da vida que o irmão leva,e se tornou uma grande amiga pra mim,talvez até minha confidente, apesar de eu nunca contar muita coisa,e acabar ouvindo muito mais. Chegando no baile,eu e Natália subimos pra área vip,onde a primeira pessoa que eu vi,e acho que isso é carma,foi justamente o filho da mãe do JP. -- Tá me evitando por que pirralha?__chegou batendo de frente. -- Não começa Jean__Nat é a única que o chama pelo nome sem correr risco de levar um tiro. -- Já te pedi pra não me chamar assim,e o meu papo não é contigo. -- Mas...__a interrompi. -- Como eu disse mais cedo,tá de boa, vai lá curtir com a galera,eu resolvo isso aqui__ela assentiu e fez o que eu pedi__ Solta o verbo que eu não tô com tempo. -- Pra fazer a p***a de uma tarefa,você não pode ir a zona sul,mas pra ficar desfilando pode!__exaltou a voz sem se importar com quem nos observava. -- Não grita que eu não sou s***a__falei levando a mão a orelha__ E é isso mesmo. Eu só posso desfilar,como você disse, enquanto tiver minha ficha limpa,então vê se não fode com o meu psicológico essa noite.
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