DEVENDO AO PESADELO, [13/07/2023 02:02]
Capítulo 47
Marielle narrando
Era de tarde e eu passei o dia sozinha, Heloisa estava enjoada e tinha ficado descansado, e eu estava fazendo um bolo de cenoura com bastante calda de chocolate que a Isa adora e eu também, quando tinha idade da Isa lembro de fazer esse bolo com a minha mãe.
Por mais que a minha mãe tenha virado a pessoa que ela virou, me dói muito a sua morte e talvez eu demore muito para me recuperar ou talvez eu nunca mais me recuperaria, era uma dor tão grande, tão doloridoa que me sufocava dia após dias.
Eu tinha perdido totalmente o rumo da minha vida, perdi ainda mais o rumo dela, porque eu já estava perdida antes, mas eu tinha que tomar o rumo novamente dela porque se não acabaria prejudicando a Isa, e eu precisava dar o meu melhor para ela. Eu olho para trás vendo Pesadelo entrando na cozinha, com a sua camiseta com os botões abertos, o coque no cabelo e a sua barba feita, ele não era nem um pouco desleixado com sua aparência, sempre estava perfumado e cheiroso, bem longe daquele papo que traficante fedia a drogas.
— Ainda não está pronto o bolo, mas se quiser esperar para tomar café – eu falo e ele apenas senta na mesa e fica me observando.
Eu me viro de frente para ele colocando a calda sobre o bolo, a nossa convivência era algo que eu não sei ainda explicar certo, mas eu sempre falava e ele me respondia com ignorância ou simplesmente ficava calado, a gente dormia juntos mas ele não encostava mais o dedo em mim, no começo eu não dormia com medo de acordar no meio da norte com ele me invadindo sem minha autorização, mas agora até que adormeço super rápido sem pensar nisso, ele não encostou mais o dedo em mim, ele só me fere com suas palavras, sua ignorância e seu jeito arrogante de ser.
— Tem uma psicóloga no posto muito boa, atende a anos aqui dentro – ele fala – Ingrid foi muito quando o meu tio faleceu – eu o encaro – deveria ir lá conversar com ela sobre a sua irmã, a morte da sua mãe e como contar a Isabela.
— De novo esse assunto.
— Eu sei que você sabe como criar sua irmã e eu também não quero me meter nisso e nem quero ter responsabilidade sobre isso, mas a professora dela foi lá na boca falar comigo, porque está preocupada com a Isa, ela diminuiu seu desenvolvimento na escola – eu o encaro e ele continua falando – não está quase interagindo com outras crianças e as faltas uma atrás da outra, estão preocupando a professora.
— E porque ela falou tudo isso com você e não comigo? – eu pergunto – o que você é da ISA.
— Nada – ele responde – mas, a professora classificou você com um emocional fraco para lidar com a situação e com a sua irmã. Acho que ambas precisam de ajuda psicológica.
— Chega ser irônico você me dizer algo nisso – eu encaro ele – você me obrigou a t*****r com você para pagar uma divida, me estuprou na sala de casa sem nem pensar em minha irmã dormindo no andar de cima e agora vem me dizer que tenho emocional fraco? Eu perdi a minha mãe da pior forma possível e o único apio que eu tive, é saber que tenho que ficar presa a você por dividas absurdas que você está me fazendo pagar.
— Você preferia ter caído no mundo com a sua irmã? Quem iria te ajudar? – ele pergunta me encarando – iria passar fome com ela?
— Eu poderia trabalhar.
— Marielle você só tem 17 anos – ele fala – uma irmã pequena que depende de você, você só conhece o mundo aqui dentro, não conhece o mundo lá fora.
— Eu conheço você – eu respondo para ele – e isso não é o suficiente para conhecer toda maldade do mundo? Você me deixou marcas e feridas Pesadelo que ninguém vai conseguir destruir, você acabou comigo.
Ele me encara em silêncio e eu deixo as lagrimas caírem sobre o bolo e limpo elas rapidamente, coloco a panela em cima do fogão, ligo a torneira e lavo meu rosto.
— Tudo bem – ele fala – a casa que Heloisa foi morar é grande suficiente – eu o encaro – você pode pegar as suas coisas e ir morar com ela lá.
— O que você está falando?
— Heloisa não vai negar te abrigar lá, nem você e nem Isa – ele fala – pega as suas coisas e sai daqui.
— Você está doente? – eu pergunto
DEVENDO AO PESADELO, [13/07/2023 02:02]
— Não – ele fala – fala com a Heloisa, se ela se negar que você fique lá, fala com Mosca que ele te arruma uma casa para você e para Isa, você ainda está proibida de sair do morro e pode pegar tudo no meu nome, mas não precisa morar aqui dentro.
Pesadelo apena ssai da cozinha me deixando sem reação, eu escuto a porta da sala se fechar e pego meu celular mandando mensagem rapidamente para Heloisa que não demora retornar, falando que estava vindo me ajudar com a mudança.
DEVENDO AO PESADELO, [14/07/2023 01:03]
Capítulo 48
Marielle narrando
Eu tinha me instalado na casa de Heloisa e Isa ficava perguntando o tempo todo por Pesadelo.
— Ela dormiu? – Helo pergunta
— Dormiu.
— Ela gosta dele né – ela fala
— Parece que sim.
— Porque ele mandou você sair? – ela pergunta
— A gente resolveu dar um tempo – eu respondo.
— Eu tenho medo sabe, Pesadelo é arrogante , ignorante e possesivo – ela fala – não deveria ter se envolvido com ele.
— É, ele é gente boa no final – eu comento e ela me encara.
Eu me sento no sofá e Heloisa se senta do meu lado, eu passo a mão pela sua barriga e ela abre um sorriso.
— Eu ainda não me acostumei com a ideia de ser mãe, isos é loucura – ela fala
— Eu imagino.
— Ter alguém crescendo dentro de mim sabe e que daqui a pouco nasce e vai depender de mim – ela fala abrindo um sorriso.
— Você será uma mãe maravilhosa.
— Obrigada – ela fala – eu vou tentar , mas eu sei que ela terá uma madrinha incrível. – eu sorrio para ela - eu sei que meu filho sempre terá você.
— Vai sim – eu falo sorrindo – eu sempre estarei do seu e do lado dele.
— Martin quer Pesadelo como padrinho – ela suspira – fazer o que.
— Pesadelo gosta muito da Isa, trata ela super bem, não será diferente com essa criança.
— Willian veio na minha casa – eu olho para ela – disse que você estava com Pesadelo porque ele te obrigava.
— Eu vi Willian conversando com um cara estranho.
— Que cara? – ela pergunta
— O mesmo do baile aquele dia – ela me encara – e ele queria que eu encontrasse com ele ontem a noite de madrugada.
— E você foi?
— Logico que não – eu respondo
— Eu escutei Martin conversando que Pesadelo deu grana para o pai dele tirar ele do morro para naõ ter problemas – ela fala – como se Pesadelo tivesse desconfiando dele.
— Ainda bem que eu não fui – eu respondo
— Mas sabe o que eu fico pensando – Helo fala – porque? Com quem Willian estaria sabe – eu a encaro – tramando algo contra o morro, contra você?
— Eu não sei, eles vivem achando que tem inimigos.
— Isso é – Helo fala – Martin mesmo vive de prontidão para qualquer coisa.
— Deve ser por serem bandidos e a policia querer invafdir.
— Tem a ex mulher do Pesadelo, quer dizer a morta.
— Quem? Aquela que sumiu?
— Que foi morta – ela fala – por um policial, ela era mulher de um policial.
— E ela foi morta por ele?
— Ela abandonou ele para ficar com Pesadelo, dizem que ela estava grávida, isso é o que Martin e Ingrid falam.
— E ele matou o policial? – eu pergunto
— Não, vive caçando ele a todo custo – ela fala me encarando
— Eu sempre soube pouco dessa história, na verdade, muito se pouco via ela.
— Muito pouco mesmo, ela era mais na dela por que era ex mulher de um policial e dentro do morro e na facção não é bem vindo – ela fala – e parece que muita gente não gostrava dela.
— Foi bem na época que o meu pai faleceu, ele me protegia muito, pouco frequentava o morro.
— Eu sei – ela fala – mas eu já estava de olho em Martin – ela fala rindo
— Por isso está grávida.
— É – ela fala e a gente começa a rir.
A gente coloca um filme mas mesmo assim eu fico pensando nas cosias que a Heloisa me contou sobre Pesadelo e a tal mulher dele morta. Eu sabia bem pouco sobre a historia e nunca sequer quis perguntar algo para ele, todo mundo diz que ele é bem revoltado por causa dela, por causa da morte dela.
Mass eu acho que ele não tem salvação de forma nenhuma.