capítulo 12 Continuação

1100 Words

Fiquei mudo por uns segundos. A fumaça do cigarro subia torta, igual minha cabeça naquele momento. O sol começava a rasgar o céu, laranja queimando o topo das lajes. E eu ali, parado, com a lembrança do que vi quando abri aquela p***a de porta ainda me martelando por dentro. — “Se eu não tivesse chegado a tempo…” — falei, voz baixa, rouca, como se cuspisse ferro — “…o Ricardinho tinha virado monstro de vez.” Cauã arregalou os olhos. — “O Ricardinho? Tá de brincadeira, chefe…” — “Tava por cima dela. Cinto na mão. Joelho prendendo perna. A p***a da cama gritando debaixo do peso dele.” Engoli a raiva que voltou quente. — “Ela tava pronta pra morrer. Mas antes… mordeu ele. Mordeu mesmo. Rasgou a mão do desgraçado.” Cauã deu um passo pra trás, como se o ar pesasse mais de repente. —

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