Terk respirou fundo. Inflou o peito. O rosto dele era o da vitória. Aquela cara nojenta de quem acha que venceu só porque tem número e ferro na mão. Mas ele esqueceu de uma coisa: eu sou o morro. E o morro me deve silêncio, mas me paga com lealdade. Foi aí que eu escutei. Lá de baixo. Passos. Pisadas conhecidas. Pesadas. Com gíria nos pés e bala na língua. Cauã subiu primeiro. Com o boné virado, a arma em punho e o sorriso de quem gosta do caos. — “Se encostar no patrão, eu deixo o crânio aberto.” E atrás dele veio o resto. Todo mundo do meu lado. Todo mundo apontando as armas pros homens do Terk. A casa virou uma fornalha. Chumbo no ar. Ódio nos olhos. Um único movimento errado e ia chover cadáver até no telhado. — “Eu falei,” — rosnei, sem baixar a arma. — “O morro é

