📕 NARRADO POR NILO TAVARES
Quando abri a porta, a casa tava muda.
Mas não era silêncio de paz.
Era o outro.
Aquele que tem dente.
Que arranha parede.
Que cheira a trauma recente.
O cigarro ainda queimava na minha boca quando bati o pé na entrada. A luz do corredor invadia o canto da sala. E ali, afundada no sofá como se fosse parte da mobília... ela.
Amara.
Sentada.
Respiração pesada.
O rosto suado.
O olhar… parado no meio do nada.
Mas de pé, não tava.
E isso me alertou.
O Ragnar tava ali também. Sentado. Mas não relaxado.
Em posição de prontidão.
Língua pra fora, baba no chão, o r**o parado como poste de vigia.
A menina me ouviu entrar.
Mas não virou o rosto logo.
Foi só quando fechei a porta com força que ela se mexeu.
Levantou o queixo.
Secou as lágrimas com a mang
