capítulo 27

1258 Words

📕 NARRADO POR NILO TAVARES Ele levantou as mãos, rindo nervoso. Mas era aquele riso envergonhado, raso, que morre antes de nascer. Cauã deu dois passos pra trás, o boné virando sombra na cara dele, como se tentasse se esconder do próprio vacilo. — “Foi m*l, patrão… falei merda.” — murmurou, coçando o canto da boca. — “Só achei que, sei lá… depois do que tu contou dela… talvez fosse…” Parei ele com um gesto curto. Só a mão levantada. Sem palavra. Porque bastava. Silêncio cortado. Autoridade instalada. A presença impõe. A dúvida desarma. Eu respirei fundo, o peito subindo devagar, e olhei pro horizonte da quebrada — as casas empilhadas feito sobrevivente de guerra, o céu amassado de calor, a vida andando torta mas viva. A cabeça ainda tava nela. Na menina. No pedido. Na p***a

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