capítulo 38 continuação

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O bolo quase desceu entalado. A pergunta da Natália ainda tava no ar, pairando feito fumaça de vela recém-apagada. Fiquei em silêncio. Muito. O tipo de silêncio que não é resposta, mas também não n**a. Ela me olhava com paciência. Não tinha julgamento no rosto dela. Só presença. Só espera. Aí eu respirei fundo. E falei. — “Se eu te disser que… nem beijar alguém direito eu nunca beijei…” — pausei, o garfo tremendo na mão. — “Tu vai rir de mim?” A voz saiu falhada. Embargada. Mais baixa do que eu queria. Mais exposta do que eu planejei. Natália não respondeu de imediato. Não gargalhou. Não debochou. Só ficou ali, me olhando como quem segura a mão de alguém que tá prestes a cair de um penhasco. — “Nunca… nunca mesmo?” — ela perguntou, mas sem espanto. Era como quem confirma

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