— Por que Citlali e Heráclito têm papai e mamãe, e eu não, mamãe? — a pergunta de Mia surgiu de repente, enquanto a mãe dobrava roupa,a voz infantil não tinha alegria, mas sim uma tristeza, e aquela curiosidade dolorida das crianças que começam a comparar o que têm com o que veem nos outros. Quintina congelou. A roupa escapou de suas mãos, caiu no chão sem que ela percebesse. Olhou para a filha, tão pequena e, ao mesmo tempo, tão cheia de perguntas que arrancavam dela tudo aquilo que passava noites tentando esconder. — Por que, mamãe? Todo mundo tem papai, eu não… — insistiu Mia, erguendo o olhar inocente, esperando uma resposta simples. O coração de Quintina se apertou como se tivesse sido torcido por dentro. A primeira reação foi abraçar. Puxou a filha para junto de , apertando contr

