Capítulo 2 - Olíviah

1161 Words
Depois da noite turbulenta com Miguel Henrique,eu finalmente consegui chegar em casa. Assim que entrei tratei de contar o ocorrido no colégio para minha família. De inicio todos me olharam assustados. Minha mãe não cansava de repetir que eu era louca e sem juízo. Ah,quero novidade! Mas eu deixei bem claro para ela que eu era inocente e o quanto tinha sido libertador me livrar da minha ex diretora. - Mãe? Fica calma ok? - Tentei tranquiliza-la - Eu vou conseguir outro emprego. - Assim espero Olíviah e espero que Deus coloque juízo na sua cabeça - Sorri,Marta era sempre dramática. O encontro com Miguel tinha me feito ficar aérea. Eu tinha passado anos sem ter notícias e evitando qualquer coisa relacionado a ele. Era como se o fantasma do passado tivesse vindo esfregar na minha cara que até mesmo meu ex namorado galinha tinha formado uma família e eu com 28 anos estava solteira e desempregada. Não,não era normal eu me sentir assim mas naquele momento tive um momento de fraqueza. Cacete Olíviah! Você é feliz do seu jeito!! Fechei os olhos e comecei a fazer uma coisa que sempre dava certo,imaginei minha vida com meu ex,no caso Miguel Henrique,eu não precisei de muito esforço,comecei me me imaginar com a cabeça cheia de galhos e casada com um i****a. Pronto! Era assim que Giselle devia ser e tive a certeza que mesmo assim,sozinha,eu era mais feliz que minha ex amiga. - Acorda Oly! - Rebeca me sacudiu - To meia hora aqui,o que houve? Você tá estranha! - Não...é...bem! - Respirei fundo - É uma longa história. - sou toda ouvidos. - Se lembra do Miguel Henrique? - Ergui a Sobrancelha - Então..tive um desagradável encontro com ele hoje. - Oie? - Minha irmã me olhava assustada - Como assim? Contei tudo para minha irmã,ela era aquele tipo de pessoa que você podia está no fundo do poço e lá estava ela com uma solução. Mas se você fosse pesquisar sobre a vida dela,em qualquer setor,era uma loucura. Dizem que é assim mesmo,as pessoas com os melhores conselhos não conseguem resolver suas vidas. - Você ainda gosta dele? - Rebeca franziu o cenho - Para você ter ficado assim...tenho péssimas notícias. - Não! Não e não. E além do mais ele é casado com a falsa amiga, lembra? - Levantei do sofá tensa - Eu só tenho vontade de dizer umas verdades para ele só isso - Dei de ombros - Bom,vou dormir ok? Só me faltava essa...amar Miguel Henrique ainda! Aff! Impossível. Os dias foram passando e eu não me cansava de procurar uma ocupação. Eu queria ter um trabalho,ficar em casa contando as rachaduras do teto já estava me cansando. Até que meu telefone tocou. Era um número desconhecido e eu não costumava atender mas imaginei ser de alguma proposta de emprego. - Alô? - Falei - Alô? Poderia falar com Olíviah Cavalcante? - A mulher do outro lado disse. - Sim,é ela! Em que posso ser útil? - Ah sim! Olá Olíviah,Sou amiga da Márcia - Meu sorriso morreu na hora,amiga do Satanás?! - Bom,é que ela me indicou você como educadora e meu deu boas referências. Como assim Braasil?! A mulher que tinha me despedido tinha dias depois me indicado para um emprego? Era coisa demais para digerir. Márcia deixava bem claro que não era minha fã, com certeza essas crianças que ela tinha me indicado para trabalhar deveriam ser super levadas. - Eu gostaria de marcar a entrevista para amanhã,tudo bem? - Eu estava pasma. - Bom...é..sim! - Falei pegando a caneta - pode me passar o endereço. Depois de anotar tudo e desligar o telefone,eu ainda estava sem entender a mesma que tinha assinado minha carta de demissão,tinha me indicado para um emprego?!. (...) No dia seguinte,levantei,tomei meu banho para enfim me arrumar para entrevista. Eu estava confiante de que tudo ia dar certo,se tem uma coisa que eu sempre levei em consideração era que temos que confiar em nós mesmos e pensamento positivo sempre. Peguei meu carro e dirigi até a Gávea,local onde ficava o meu mais novo emprego. Assim que eu encontrei a rua,não acreditei,o local só possuía mansões. Também não era para menos,eu estava na Zona Sul do Rio de Janeiro. Desci do carro e fui até o segurança da casa me informar. - Bom dia! - Sorri levantando meu óculos escuro - É aqui que mora a dona Helena? É que eu tenho uma entrevis... - Sim senhorita Olíviah - ele me cortou - A senhora Helena te aguarda. Depois de entrar na mansão,meu queixo caiu mais ainda. Era uma senhora casa. Logo no início tinha um imenso jardim bem cuidado por sinal,depois eu reparei na enorme piscina com os azulejos azuis escuros e uma cascata. Uma área lounge que eu imaginei ser usada para festas e no centro do terreno a casa que para ter acesso tinha uma enorme escadaria. Assim que cheguei na sala,a casa por dentro era ainda mais bonita. A sala era em um tom de branco gelo com os móveis de mármore. Um enorme sofá preto dava um ar clássico ao ambiente. - Olá Olíviah,sou Helena,sente - se - A mulher apontou para o sofá. - Prazer -Estiquei a mão para ela. - Bom,a Márcia me indicou você como educadora e como eu te disse quero que além disso você seja uma companhia para os meus netos. Uma ajuda na criação,eu soube que você tem jeito com criança e eles precisam muito.. Helena era a cara da mulher fina e rica. Seus cabelos loiros e sua pele alva e de seda mostravam isso. O tom de voz baixo e ao mesmo tempo desesperado denunciavam que ela via em mim uma solução para seus problemas. - Eu nunca trabalhei só com 2 crianças e ainda me parece mais complicado pela situação em questão..eles perderam a mãe e não é fácil se adaptar a isso.- Forcei um riso - e a falta do pai ajuda também.. Eu já tinha lidado com todos os tipos de criança mas a situação desses gêmeos era bem mais complicada. Descobri que eles tinham perdido a mãe com apenas 08 anos de idade em um trágico acidente de carro e depois disso o pai passou a não ser mais carinhoso com os filhos. O que resultou na mudança de comportamento de ambos.. Esse pai merece uma surra..de toalha molhada.. - Por isso,eu peço sua ajuda ok? - Ela suplicava com o olhar - Olha,muitas desistem por medo mas eu sinto que você é a pessoa que vai ajudar meus netos. - Ok! - Suspirei - Isso pode parecer loucura mas eu também sinto que eu tenho que fazer isso..eu aceito o emprego. Eu não sei o que tinha acontecido,não sei se era o desespero da mulher ou talvez fazer minha parte com aquelas crianças mas eu sabia bem que tinha feito o certo aceitando aquele emprego que tinha caído do céu.
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