Capítulo Dois

795 Words
C H A R L O T T E Hoje era sexta-feira, ou seja, meu aniversário. Charlie foi tão insistente que eu acabei dando o braço a torcer, sendo assim, hoje iríamos a um bar qualquer comemorar o meu aniversário. Não me agradava nem um pouco a idéia de comemorar aniversários depois do falecimento de minha mãe que lamentavelmente veio a entrar em óbito justamente no mesmo dia. Já faziam oito anos desde o acontecido, eu não chorava mais por tal fato e muito menos entrava em luto na data. Só achava extremamente desnecessário e desrespeitoso da minha parte comemorar mais um ano de vida no mesmo dia em que foi tirada a de minha mãe. Solto um longo suspiro, tentando deixar de lado minha reflexão sobre o assunto e giro o registro do chuveiro. Enrolo meu corpo em uma toalha branca antes de sair do banheiro, indo em direção ao meu quarto. Como hoje iria ter aula, Charlie passaria aqui em casa antes para deixar as roupas que iria usar à noite, assim como eu que já deixaria separadas as peças que iria usar. Assim, quando chegássemos da universidade, não demorariamos tanto nos arrumando e iríamos sair mais cedo para qualquer boate que Charlie estivesse planejando ir. Seco meus cabelos e coloco uma lingerie beje, logo após abro o pequeníssimo closet que havia no quarto, passando meus olhos em todas as roupas que ali havia. Puxo uma legging preta, juntamente com uma segunda pele também preta e um suéter azul-marinho. Coloco a roupa escolhida em meu corpo, aquecendo o mesmo, e boto umas meias antes de enfiar os tênis pretos da Nike. Penteio meus cabelos e os deixo secar por si só, colocando meus óculos e arrumando minha mochila logo a seguir. Depois de estar tudo pronto para ir a aula, ouço a campainha tocar e suponho que Charlie havia chegado. Corro até a porta e abro a mesma, revelando a figura sorridente de longos cabelos ruivos. — Feliz aniversário para a melhor amiga do mundo! Esse é o seu presente. — Charlie salda animada e me puxa para um abraço apertado, me fazendo sorrir. — Obrigada e não precisava, Charlie. — falo com um sorriso torto nos lábios. — Claro que precisava, eu imaginei que você não tivesse nem uma roupa "p*****a" para ir a um clube, então... Tomei liberdade de comprar uma pra você. — a garota diz com um sorriso brincalhão nos lábios. Faço a minha melhor cara de ofendida para ela e dou um soco em seu ombro. — Ai! Puxo ela até a cozinha e logo vejo seus olhinhos brilharem com a mesa farta. — Bolo de cenoura! — ela grita, já se sentando na mesa, pegando uma fatia do bolo. — Pedi para Tina preparar antes de ir embora, vamos comemorar esse aniversário direito não é? — falo forçando um sorriso e Charlie me lança um sorriso com direito a calda de chocolate nos dentes. — Exatamente! — a ruiva diz animada. Me sento a sua frente, servindo um copo de suco de acerola e pego um pedaço de bolo. Tina, minha cozinheira, fazia coisas maravilhosas mas eu dava ênfase para o seu bolo dos deuses. Eu realmente não sei o que seria de mim sem Tina, levando em conta que, apesar de ter uma boa habilidade com culinária, nunca tinha tempo para cozinhar. Quando não estava estudando, estava na empresa ao qual minha mãe deixou de herança para mim e meu irmão. Era uma renomada empresa de engenharia, onde fazíamos contratos e nos responsabilizavamos por obras importantíssimas. Meu irmão que cuidava da maior parte, trabalhava exclusivamente lá e havia se formado em engenharia a pouco. Diferente de mim que só ia lá para dar uma analisada nos lucros e ver se andava tudo sobre o controle de Carl. Como a empresa era dividida em cinquenta por cento para cada um no testamento, vendi quinze por cento das minhas ações para meu irmão. Achava injusto recebermos o mesmo valor dos lucros quando na verdade ele fazia tudo lá. Querendo ou não, eu já estava feita na vida e se quisesse largar os estudos agora não ia fazer diferença, já que tinha mais de dez dígitos na minha conta bancária. — Come logo, nós ainda temos que ir pra aula Charlie! — apresso minha amiga. Charlie faz um joinha e eu me levanto da mesa para pegar minha mochila. Pego as chaves do carro e olho para Charlie que estava pegando sua bolsa enquanto enfiava mais um pedaço de bolo em sua boca. Dou uma risada e saio do apartamento junto com ela, apertando o botão do térreo assim que entramos no elevador. — Eu estou muito ansiosa. Essa vai ser a melhor noite da sua vida! — Charlie exclama enquanto batia palmas animadamente. — Espero que sim. — murmuro não tão animada quanto ela.
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