Aurora Mancini Ninguém te dá algo de graça neste mundo. Muito menos um homem como Salvatore Vitale. Na manhã seguinte ao banho de sangue e acordos silenciosos, fui acordada com batidas firmes na porta do meu quarto. Ainda era cedo — o sol m*l tocava os vitrais da mansão. Vesti o robe de seda branca, amarrei com firmeza o laço à cintura e abri a porta com a lentidão de quem sabe que cada gesto dentro daquela casa era observado e medido. — O senhor Vitale pediu que a senhorita o acompanhe ao pátio — informou o guarda, com um sotaque carregado e olhos que não ousavam me encarar diretamente. Assenti em silêncio. O "pátio" era o lado de fora da prisão dourada onde eu vivia — cercado por grades, árvores velhas e o som constante de homens armados rondando. Um jardim sufocado por segredos.

