Uma Noite com O Alfa

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Mia Miller

Minhas mãos estavam trêmulas e eu observa a criatura a minha frente. Um grande lobo cinza, seus olhos me encaravam como se fosse me devorar a qualquer momento, e eu respirava devagar com medo de qualquer mínimo movimento acabar com a minha vida.

Eu o vi… Eu sabia que aquece era Ethan, mas, ao mesmo tempo, parecia que não, e tudo era confuso.

Minha respiração estava pesada, cada fôlego que eu tomava parecia um esforço monumental. Eu não sabia se deveria correr, gritar, ou simplesmente me encolher no chão e esperar que aquilo terminasse. Não sabia se Ethan tinha controle sobre essa forma, ou se, a qualquer momento, ele poderia me atacar sem pensar duas vezes.

Mas uma coisa era certa: eu estava metida em um problema muito maior do que eu jamais poderia imaginar.

“O que você é… Ethan?” Minha voz saiu como um sussurro, quase inaudível, enquanto eu tentava entender o que estava acontecendo. Como eu tinha acabado envolvida em algo tão surreal? Como é que tudo aquilo era real?

O lobo deu um passo à frente, e meu coração parou por um instante. Eu não sabia se estava prestes a morrer ou se ele estava tentando se aproximar para me mostrar que ainda era ele. E se ele perdesse o controle? E se eu fosse a próxima vítima de algo que eu nem sequer entendia?

Mas, para minha surpresa, ele se sentou, os olhos ainda fixos em mim, mas agora mais calmos, quase como se estivesse esperando que eu processasse o que estava vendo. Era como se ele estivesse tentando me tranquilizar, mas tudo o que eu sentia era um medo profundo e paralisante.

“Ethan…” Minha voz falhou novamente, e eu dei um passo para trás. “O que eu faço com isso? Como posso entender o que está acontecendo? Você é um lobo… Um… Um monstro…”

O lobo abaixou a cabeça por um momento, e então, diante dos meus olhos, ele começou a mudar novamente. Os ossos estalaram, os músculos se contraíram, e, em questão de segundos, ele estava de volta à sua forma humana. Ethan, agora ajoelhado à minha frente, respirava pesadamente, o suor cobrindo sua pele.

O que mais me preocupava era saber que Lorenzo carregava em seu sangue a linhagem dos lobisomens.

Qualquer pessoa em meu lugar estaria totalmente cética e amedrontada.

“Não sou um monstro, Mia,” ele disse, sua voz rouca e cansada. “Sou um Alfa. E Lorenzo é meu filho… Nosso filho. Eu preciso protegê-lo, mas para isso, você precisava entender no que está envolvida.”

Eu não conseguia responder. Meus pensamentos estavam em turbilhão, e tudo o que eu conseguia pensar era que nada, absolutamente nada, voltaria a ser normal.

"Eu… Preciso de um tempo para assimilar tudo isso." sai correndo em direção à casa."

Como era possível que meu filho, nosso filho, estivesse ligado a esse mundo desconhecido e aterrorizante?

Quando cheguei ao meu quarto, fechei a porta atrás de mim e me encostei nela, tentando recuperar o fôlego. Mas o ar parecia pesado, denso com as perguntas que giravam na minha cabeça. Meus pensamentos estavam em turbilhão, mas, ao mesmo tempo, eu me sentia anestesiada. Não havia lágrimas, nem gritos. Apenas um vazio confuso que dominava tudo.

Por que meu destino cruzou logo com o de Ethan? Eu era humana, certo? Como era possível que eu tivesse engravidado de um lobo? Essas perguntas rodopiavam na minha mente, sem respostas.

A única coisa que me trazia algum alívio era o fato de Lorenzo estar de volta, seguro. Pelo menos isso. Mas como eu poderia lidar com tudo isso? Como poderia ser mãe de uma criança que era metade lobo, metade humano? Que tipo de vida eu daria a ele? Como eu poderia protegê-lo de um mundo que eu nem sequer entendia?

Tentei afastar esses pensamentos enquanto me dirigia ao banheiro. Lorenzo ainda dormia, mas precisava de um banho. Pedi toalhas limpas à empregada, que, como de costume, me respondeu com poucas palavras. Ela não parecia surpresa com o que estava acontecendo, e isso só aumentava minha sensação de deslocamento.

Comecei a preparar o banho para Lorenzo, tentando focar em algo simples, algo que eu pudesse controlar. Quando terminei, o tirei da cama e o levei ao banheiro. Ele estava confuso, ainda meio adormecido, mas sua presença me trazia um consolo, uma âncora em meio à tempestade de emoções.

Enquanto eu o banhava, ouvi passos atrás de mim. Levantei a cabeça e vi Ethan parado na porta, seus olhos me observando com uma intensidade que me fez congelar por um momento.

“Eu sei que você está confusa,” ele disse, sua voz baixa e grave. “Mas esteja ciente dos nossos acordos."

Eu não sabia como responder. Ele era a causa da minha confusão, mas, ao mesmo tempo, a única pessoa que poderia me dar as respostas que eu desesperadamente precisava.

Ethan se aproximou lentamente, de alguma maneira eu não conseguia sentir medo dele.

"Deixe me tentar dar banho nele." disse ele."

"Não precisa…"murmurei."

"Ele é meu filho humana!"rosnou." Não roube mais de mim, já não basta todo esse tempo em que descaradamente você escondeu que eu tinha um filho."

Apenas calei e consenti. Ethan tinha razão. Eu não tinha esse direito.

Parei diante a porta, e observei ele banhando Lorenzo. Ele estava sem jeito, mas, ao mesmo tempo, expressava cuidado.

Logo depois do banho, enrolei aquele ser frágil na toalha, e o coloquei na cama novamente. Ele estava exausto.

Ethan acompanhava cada movimento meu, seus olhos penetrantes não deixando escapar nada. Saí do quarto e fechei a porta suavemente, tentando não acordar Lorenzo. Eu sabia que não conseguiria dormir tão cedo com aquelas imagens assombrando minha mente.

"Obrigada," sussurrei, sem coragem de olhá-lo diretamente. "Por ter trazido meu filho em segurança."

"Não fiz mais do que minha obrigação como Alfa," ele respondeu, o tom distante, sem desviar o olhar.

Tremendo, dei um passo em sua direção. Apesar do medo, havia algo em Ethan que ainda parecia humano para mim.

"Você... você não sente amor por ninguém? Não é capaz de sentir nada?" perguntei, minha voz carregada de incerteza e angústia.

Ethan finalmente me encarou, seus olhos intensos fixos nos meus. "Eu não sei se sou capaz de sentir amor,Mia," disse ele, dando um passo em minha direção até que meu corpo estivesse pressionado contra a parede. "Mas o que eu sei... é que desde o dia em que te vi de novo, o desejo que sinto por você é incontrolável. Tudo o que consigo pensar é em reviver aquela noite, em arrancar cada pedaço da sua roupa."

Sua voz grave ressoava como um sussurro rouco, carregado de uma tensão quase palpável. Eu podia sentir o calor de seu corpo próximo ao meu, e meu coração começou a bater mais rápido. A intensidade de suas palavras, a proximidade de seu corpo, tudo me deixava sem fôlego.

Havia algo primitivo em Ethan, algo que eu não conseguia resistir, mesmo que meu corpo estivesse tenso de medo e confusão. E o pior de tudo é que eu também o desejava, mesmo sabendo que era completamente errado.

Eu também queria ser dele.