⚖️ Capítulo II ⚖️

1410 Words
ANTONY VESARLES; Encaro a jovem mulher a minha frente, que mantém sua palavra, mesmo que já tenha garantido que seria impossível. Um filho seria um sonho realizado, porém, já aceitei a muito tempo ser algo impossível, o que não impede, me senti-se ansioso com relação a esse menino. — não vou insistir. O importante é que proteja meu filho, sei que é um juíz influente. — seus olhos negros e cansados, me encaram de forma intensa. — então eu imploro que realmente faça algo por ele. — certo. — afirmo encarando. — onde está seu filho nesse momento? — em um abrigo. Tiago, meu advogado, está indo vê-lo todos os dias, e soube que meu ex, está tentando vê-lo. — disse com um tom de desespero. — a diretora falou que Marcos não está querendo recebê-lo, mas que Gaston está alegando que é meu advogado, sobre minha influência, que está colocando a criança contra ele. Batuco os dedos sobre a mesa, encarando suas expressões. Ela me parece tão sincera, porém posso estar totalmente engando, mesmo assim irei gastar um pouco do meu pouco tempo com eles. — vou ver o que posso fazer. — garanto levantando. — independente do que está falando seja verdade ou não, prometo que seu filho estará protegido, seja do seu ex ou de você. — tudo bem. — ela assentiu com o rosto úmido. Me despeço com um aceno, e saiu daquela sala me sentindo sufocado. Recordo brevemente de Talita, a noite que passamos juntos, e ter acordado desacompanhado, porém não foi algo que me afligiu no momento. — Susan. — chamo minha amiga, e policial de confiança. — e aí Tony. — questiona encostando-se a parede. — o que estava falando com a detenta?! Por quê o guarda foi apressadinho falar com o delegado. — então ela tem razão. — afirmo ao perceber, que a jovem realmente está sendo vigiada. — sei o quanto está ocupada, porém preciso que fique de olho na segurança da detenta. Susan está investigando o delegado Josias, para a corregedoria, e não tenho dúvidas que ele é um corrupto de merda, porém, não podemos fazer nada até ser completada a investigação. — porque? — serra os olhos de modo questionador. — tá tendo um caso? — não. — ela revira os olhos com deboche. — a segurança dela, é importante para mim. — tá. — assegura assentindo. Me despeço achando a mesma um tanto abatida, e vou ao trabalho. Chamo alguns investigadores da minha confiança, e peço para descobrirem cada passo da vida da Talita, não quero deixar passar nada em relação a está mulher. ... — senhor juíz, fico feliz que tenha vindo nós visitar. — a senhora Juliana, diretora do orfanato me recebe com empolgação. — amo está nesse lugar, não venho mais vezes por falta de tempo. — dou um suspiro profundo. — hoje vim encontrar uma pessoa em especial. — quem seria? — caminha ao meu lado em direção ao pátio, cheio de crianças correndo e gritando por todo lugar. — uma criança nova, o nome dele é Marcos. — comento sem me aprofundar no assunto. — o garoto filho da mulher que está em todos os jornais? — afirmo olhando ao redor. — ele está na biblioteca, pode me acompanhar. A os idosos assassinados, são pessoas importantes e queridas na cidade, e a prisão da Talita chamou muita atenção na mídia sensacionalista, que está fazendo um verdadeiro "julgamento" público, acusando e formando as teorias mais absurdas. Seguimos em direção a sala distante, e ao entrar me deparo com o pequeno garoto sentando em uma poltrona, lendo. Sinto meu peito acelerado, como jamais antes, e ele me olha com curiosidade, e por um instante, parece que estou me olhando no espelho, quando ainda era uma criança. — boa tarde. — cumprimento o menino e sento-me a sua frente. — como está? — encaro impressionado com nossas semelhanças, e sinto que meu coração sairá pela boca, com tantas possibilidades girando dentro de mim. — sentado e lendo. — disse de forma seria. — e não querendo ser incomodado. — preciso muito conversar com você, é algo importante. — tento e ele me encara avaliando. — e sobre minha mãe? — seus olhos brilham. — sim. Eu sou amigo dela, e pra ajudá-la, preciso da sua ajuda. — o menino me encara segundos seguidos, de forma retraída. — saia ou vou gritar. — arregalo os olhos em sua direção. — saia, ou irei gritar o mais alto que conseguir. — ameaçou correndo até a porta. — tudo bem. — levanto as mãos em rendição. — não quer ajudar sua mãe? — encaro seus olhos temerosos. — mais que qualquer coisa, mas não reconheço você como amigo dela, e não vou conversar com desconhecidos. — disse de forma dura. — o que posso fazer, pra provar que sou amigo da Talita? — pergunto admirado com a esperteza da criança. — se minha mãe me falar, acredito em você. — deu de ombros segurando a porta aberta. — então... Pego meu celular e ligo para a tenente Susan. Estou sentindo um orgulho do c*****o do meu filho. Eu tenho um filho?! p**a que pariu. — está ocupada? — Não, apenas procurando o que fazer, pra não voltar pra casa. O que quer? — preciso que leve o celular até a Talita, não deixe que ninguém veja. — você que manda chefe. — obrigado. Segundos depois escuto murmúrios, e barulho de passos, seguido de uma respiração ofegante. — oi, quem é? — sou o Antony, tem alguém querendo muito falar com você. — a meu Deus! Entrego o celular ao menino, e vejo seus olhos cintilarem em lágrimas, enquanto senta-se no chão. Me distancio até uma janela, e observo ao longe ele ao telefone, me fazendo sentir um aperto no peito ao vê-lo assim, parecendo está tão devastado. — pronto. — ele caminha em minha direção, e entrega o aparelho. — então, já podemos conversar? — questiono, e ele assente indo sentasse. — minha mãe disse que poderia falar com você. — sorri alíviado, por poder falar com ele. — o que quer saber? — me fala sobre você. — sorri incentivando, vendo que ele aperta os dedos da mesma forma que eu. — quantos anos, o que gosta de ler, ou estudar. — tenho quase oito anos, gosto de ler o pequeno príncipe, e de gramática. — contou pensativo. — mas, sei que quer saber sobre minha mãe. — também. Vocês são amigos? — não sei como aborda-lo. — minha mãe é perfeita. — declara com seriedade. — ela é enfermeira, e trabalha muito, enquanto fico com a Mariza, minha responsável. — quero ajudá-la. — assumo, e ele assente pensativo. — ela me disse. Estávamos sozinhos em casa, quando a dona Margarida ligou, e pediu que minha mãe fosse até ela. — secou uma lágrima rapidamente. — ela não voltou mais para mim. — fungou de modo fragilizado, e quis abraca-lo. — quem é dona Margarida?! — continuo, mesmo sabendo quem seja. — a mãe do Gaston. Ela era muito boazinhas, sempre tentava me agradar com doces, mesmo que eu não gostasse. — suspirou de modo sentido. — e o Gaston? — minha boca amarga ao pensar nesse infeliz. — vocês são amigos? — não. — negou de modo retraído. — não quero ele aqui. Poderia ler o temor nos olhos do pequeno, e soube naquele segundo que farei qualquer coisa para mantê-lo o mais afastado desse homem possível. — certo, ele não chegará até você. — prometo tentando passar confiança. — preciso provar que não foi sua mãe que incendiou a mansão dos Wilson. — falo, e me recrimino depois, por que é uma criança, e não entende sobre isso. — não foi ela. Minha mãe gostava muito da senhora Margarida, e do senhor Estevan. — garante com veemência. Conversamos um pouco, e Marcos além de sério, é muito inteligente. Ele parece tanto comigo, que quase posso prever suas falas, e sinto meu estômago agita-se, pensando no fato que deveria conhecê-lo a muito mais tempo, ter visto seus primeiros choros e palavras, quando leu a primeira vez, ou ouvi-lo me chamar de pai. Mas o que estou pensando?! Não tenho nem certeza que o garoto é meu filho, e já estou dessa forma. Ele é a minha cara! Eu sei, mas passei metade da minha vida, achando ser estéril, e agora, ainda estou em estado de choque. ...
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