No dia seguinte quando bati na porta do escritório do Arnaldo, minha mão tremia.
Na verdade, o corpo todo parecia trêmulo. Eu estava esgotado, emocionalmente drenado. Mas o que me mantinha de pé era o amor. O amor pela Lucy, pelo nosso bebê. E pelo Arthur. Meu filho. Meu pequeno milagre.
A porta abriu devagar e o próprio Arnaldo apareceu, com os mesmos olhos atentos de sempre.
— Entra, Jayme. Temos muita coisa pra conversar.
Entrei sem dizer nada. O ambiente era discreto, uma sala pequena, mas equipada com computadores, pastas, e uma lousa onde várias fotos estavam presas com ímãs. E foi ali que meu estômago virou. No centro, ampliadas, estavam imagens da Rafaella — uma dela sorrindo com os cabelos escuros, uma outra na porta de uma quitanda em uma vila pequena da Espanha. E ao lado… M
