CATARINA Era isso. O jogo estava em andamento e eu estava ganhando. Saí da casa do Jayme com aquele sorrisinho preso no canto da boca, como quem sabe de um segredo que o resto do mundo ainda não percebeu. Nem o cheiro daquela criança grudado na minha roupa conseguiu estragar o meu humor. E olha que era nojento. Suado, melequento, grudando no meu vestido caríssimo de grife italiana. Apertei o botão do elevador calmamente, como quem não tem pressa, mas por dentro… ah, por dentro eu tava saboreando cada pedacinho da cena ridícula que tinha deixado pra trás. Babá. Vizinha. Sei lá o que aquela garota achava que era. Ri baixo. — A babá vizinha acha que tem chance? Que piada. Assim que entrei no carro, tirei o celular da bolsa e disquei o número do meu pai. Ele atendeu na terceira chamada

