Peixe narrando capítulo 54 Dois dias se passaram, mas parecia que o tempo tinha emperrado. Cada minuto era uma eternidade. Cada segundo, uma tortura silenciosa. Eu tava no galpão, mas minha cabeça... minha cabeça tava naquela sala . O cheiro dela ainda grudado na minha cama como se tivesse impressionado só pra me torturar . A imagem dela chorando, tentando ser forte... isso me persegue até quando eu fechava os olhos. Não tinha música. Não tinha conversa. Só o barulho do meu cigarro queimando devagar e o zunido constante de quem tá afundado na própria culpa. Sentei no canto do sofá velho, onde já resolvi muita treta, fechei os olhos e deixei a cabeça cair pra trás. A culpa pesa, mas a saudade… a saudade dilacera. Era como se eu tivesse um buraco no peito, e só faltava ela pra preencher

